Como o Gorilla Glass ganhou as telas dos smartphones

No momento em que celulares se tornaram aparelhos com grandes telas de vidro, a marca “Gorilla Glass” começou a ganhar notoriedade. Mas como sua criadora, a Corning, conseguiu produzir um vidro mais resistente que… vidro? Na verdade, eles se preparavam para isso desde os anos 60. A Wired publicou uma reportagem incrível sobre a história […]

No momento em que celulares se tornaram aparelhos com grandes telas de vidro, a marca “Gorilla Glass” começou a ganhar notoriedade. Mas como sua criadora, a Corning, conseguiu produzir um vidro mais resistente que… vidro? Na verdade, eles se preparavam para isso desde os anos 60.

A Wired publicou uma reportagem incrível sobre a história do Gorilla Glass: ele é o resultado de uma empresa que vem se reinventando há mais de um século.

Foi na década de 1960 que a empresa começou o Project Muscle, um enorme esforço de pesquisa para criar vidro mais resistente. O resultado foi o Chemcor (codinome 0317), que aguentava 14 vezes mais pressão antes de quebrar que vidro normal. O Chemcor poderia ter potencial na indústria automotiva, na fabricação de para-brisas, por exemplo. Mas ele foi um fracasso de vendas: “a Corning havia inventado um upgrade caro que ninguém queria”, como diz a reportagem. Em alguns anos, o projeto foi abandonado.

Algumas décadas depois, a Corning voltou a se interessar por vidro reforçado – desta vez em celulares. Da Wired:

Na verdade a ideia de voltar às amostras do Chemcor surgiu em 2005… A Motorola havia lançado há pouco tempo o Razr V3, um celular flip com tela de vidro, em vez do típico plástico de alto impacto. A Corning formou um pequeno grupo para analisar se um vidro semelhante ao 0317 poderia ser revivido e aplicado a dispositivos como celulares e relógios. As amostras antigas do Chemcor chegavam a 4mm de espessura, mas talvez elas poderiam ficar mais finas. Depois de alguma pesquisa de mercado, executivos acreditavam que a empresa poderia até ganhar um pouco de dinheiro com este produto de nicho. O projeto recebeu o codinome de Gorilla Glass.

Mas o empurrão para a Corning entrar nesse mercado veio da Apple, em 2007: Steve Jobs deu a Wendell Weeks, presidente da Corning, uma missão quase impossível: fabricar um vidro ultrafino e ultrarresistente que ainda não existia – e em seis meses, a tempo do primeiro iPhone ser lançado.

Quando a ligação de Jobs chegou em fevereiro de 2007, essas investidas iniciais não tinham ido muito longe. A Apple de repente exigia grandes quantidades de vidro quimicamente fortalecido com 1,3 mm de espessura, algo que nunca havia sido criado antes, muito menos fabricado. Será que o Chemcor, que nunca fora produzido em massa, poderia ser inserido num processo que teria tal escala? Será que um vidro feito para aplicações como para-brisa de carro ficaria ultrafino e ainda manteria sua resistência? Será que o processo de fortalecimento químico funcionaria bem nesse vidro? Ninguém sabia. Então Weeks fez o que qualquer CEO com gosto em assumir riscos faria: ele disse “sim”.

E deu certo! Ajustando a técnica de fabricação de vidro, a Corning produziu quase 40.000m² de Gorilla Glass em questão de meses.

Hoje, ele está presente em mais de 750 produtos, e não apenas em smartphones: notebooks, tablets, e até TVs contam com o vidro reforçado. Este ano, a Corning lançou uma nova versão, o Gorilla Glass 2; e teremos a terceira geração no início do ano que vem.

Mas o Gorilla Glass nem sempre aguenta a pressão, e acaba quebrando, trincando e se estilhaçando – afinal, é vidro. O que a Corning faz para tornar o vidro ainda mais resistente? E o que o futuro reserva para a empresa, incluindo um vidro flexível? Os detalhes estão na reportagem completa, no link a seguir: [Wired]

Foto por Corning

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