Como se descobre o QI de uma pessoa?
Saber o nível de inteligência de alguém nem sempre é tarefa fácil. Isso porque as capacidades de cada indivíduo são bastante diversas: é possível que alguém seja muito bom em cálculo, mas não se dê tão bem nas artes, por exemplo, e vice-versa.
Para tentar esclarecer essas diferenças, o francês Alfred Binet criou, em 1900, o famoso teste de QI (quociente de inteligência). No começo, a ideia não era exatamente identificar gênios, mas procurar por crianças que precisavam ir à escola.
Com o passar do tempo, novos testes de QI surgiram. A maioria observa a idade mental e a idade cronológica do indivíduo. É o caso da amapaense Athena: com apenas três anos, ela é a mais jovem a entrar para a Sociedade Mensa.
Seu QI ficou com percentil 98, o que seria considerado médio para um adulto. Mas como ela fez o teste com apenas 2 anos e meio de idade, isso a torna uma criança superinteligente, digna de integrar a mais tradicional organização para gênios do mundo.
Athena fez os testes reconhecidos pelo Conselho Federal de Psicologia. A entidade tem uma lista de diversas avaliações que podem, ou não, ser aplicadas aos pacientes. Apesar de existirem várias avaliações de QI na internet, o ideal é contar com o acompanhamento profissional se quiser um resultado mais preciso.
O que significa ser inteligente
De modo geral, o valor médio do QI fica em 100, com desvio padrão de 15. Ou seja, a inteligência média está nos resultados que vão de 85 a 115. Estima-se que quase 90% da população brasileira esteja nesta faixa.
Quem fica abaixo, pode ter algum comprometimento cognitivo ou intelectual. Quem fica acima, pode ter um desenvolvimento mais avançado. Agora, se o resultado for superior a 130, o indivíduo é superdotado – ou, em resumo, um gênio. Mas esses são só 2% da população global.
Mas o QI é só uma das formas de medir a inteligência. Em 2012, um estudo da Universidade de Amsterdã, publicado na revista Personality and Individual Differences, mostrou que algumas características parecem ser comuns a todas as pessoas com inteligência acima da média. Veja quais são elas.
Abertura às experiências
Pessoas com QI mais alto tendem a desenvolver a criatividade, curiosidade e vontade de explorar novas ideias. Isso pode ser um motivo para que essas pessoas se dêem melhor nos estudos: como são curiosas, não se cansam de aprender e tendem a questionar o que lhes é dito.
Agradabilidade e empatia
Se engana quem pensa que pessoas muito inteligentes não têm facilidade para socializar ou baixa inteligência emocional. O estudo mostra que indivíduos com inteligência elevada se conectam com facilidade aos sentimentos dos outros e agem de forma sensível. Eles também têm interesse em saber mais sobre quem os rodeia.
Trabalham bem em grupo
Segundo os autores, ser cooperativo tem forte ligação com um QI mais alto. Isso porque a cognição humana é impulsionada pela cooperação social. Isso também inclui o autocontrole: pessoas mais inteligentes tendem a planejar e premeditar situações com facilidade.
É confortável estar sozinho
Um artigo lançado no British Journal of Psychology em 2016 mostra que pessoas muito inteligentes sentem satisfação em ficar um tempo sozinhas. O motivo: apesar da fácil sociabilização, elas precisam desse tempo para resolver desafios por conta própria.
Podem ser bagunceiros
Em 2013, um editorial da APS (Associação da Psicologia Científica, na sigla em inglês) apontou que pessoas mais inteligentes lidam melhor com ambientes bagunçados. Isso porque lugares em desordem podem inspirar o rompimento com o que é comum e, assim, criar novos insights.
Criatividade
Pessoas com inteligência abaixo da média têm poucas chances de serem muito criativas, enquanto aquelas com inteligência acima do esperado têm potencial de alta criatividade. Mas a capacidade de criar não está necessariamente relacionada com o nível de QI, apontou um estudo da Universidade na República Popular da China, de 2017.
Gostam mais de gatos
Essa é para acirrar os ânimos entre os pais de pets. Em 2014, um estudo da Universidade Carroll, nos EUA, mostrou que pessoas que gostam mais de gatos tendem a ser mais inteligentes que aquelas que gostam mais dos cachorros. A conclusão foi que donos de gatos têm personalidades mais introspectivas e são mais estudiosos.
Falam sozinhos
Não é coisa de doido, não. Uma pesquisa da Universidade de Bangor, no País de Gales, relacionou o hábito de falar sozinho como uma característica de “função cognitiva superior”.