Consciência Negra: estudo traz dados alarmantes do racismo no mundo gamer

Estudo feito com 1.400 jogadores revelou que 40% dos entrevistados já sofreram ofensas racistas em plataformas de jogos
Imagem: Unsplash/Reprodução

Com a popularização dos jogos online, plataformas se depararam com um novo desafio: moderar ataques contra minorias e discurso de ódio. Muitos jogadores descrevem os chats online como tóxicos, já que não é preciso esperar muito tempo para presenciar comportamentos inadequados e crimes, como racismo.

O clima hostil em chats de bate-papo internos, aos poucos tem afastado grupos que são constantemente atacados. Um estudo feito com pouco mais de 1.400 jogadores revelou que 40% dos entrevistados já sofreram ofensas racistas em alguma plataforma de games.

O artigo “Not just a game: Identity fusion and extremism in gaming cultures”, escrito pelos pesquisadores Rachel Kowert, Alexi Martel e William B. Swann e lançado recentemente, concluiu que os gamers são mais “tóxicos” que a população em geral. De acordo com os autores, parte deste público está mais propenso a reproduzir comportamentos considerados extremistas.

Essa propensão à radicalização se deve ao tipo de conteúdo e comunidades online que estão expostos. Em muitos casos, os jogadores participam de fóruns onde publicações extremistas e com ataques a minorias são comuns e, como seres humanos têm, por natureza, necessidade de sentimento de pertencimento, alguns comportamentos começam a ser replicados.

Para coibir este tipo de conduta, algumas empresas da indústria de jogos estão adotando uma postura de tolerância zero contra racismo e discurso de ódio e colocando em prática um monitoramento mais agressivo nos chats de bate-papo.

A Riot, responsável pelo game Valorant, começou a monitorar chats de bate-papo no final do primeiro semestre. A medida tem como objetivo punir quem faz ofensas racistas e facilitar a coletar evidências para investigações de condutas inadequadas para que os culpados possam ser punidos com penalidades que vão de banimento temporário até permanente.

Outra empresa a adotar uma medida parecida foi a Mojang com o game Minecraft. A empresa também passou a monitorar os chats do jogo para coibir ataques a minorias e discurso de ódio. Parte da comunidade não reagiu bem à decisão da empresa e fez um movimento para que os jogadores utilizassem um software para bloquear o acesso dos moderadores aos chats.

No ano passado a Intel colocou em prática um projeto com o intuito de censurar termos racistas que pudessem ser escritos nos chats. O Bleep, como foi batizado, consiste em uma inteligência artificial que detecta automaticamente os termos preconceituosos e esconde os termos para proteger os participantes do chat.

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Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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