Por que certas cores se tornaram extintas?

No blog Hyperallergic, Allison Meier explica a fascinante história de pigmentos extintos – seja porque eram tóxicos, seja porque precisavam de ingredientes… estranhos. A cor “marrom-múmia”, por exemplo, não é jogada de marketing: ela realmente envolvia moer múmias de verdade. É de conhecimento geral que certos pigmentos foram abandonados por serem tóxicos. Por exemplo, o […]

No blog Hyperallergic, Allison Meier explica a fascinante história de pigmentos extintos – seja porque eram tóxicos, seja porque precisavam de ingredientes… estranhos.

A cor “marrom-múmia”, por exemplo, não é jogada de marketing: ela realmente envolvia moer múmias de verdade.

É de conhecimento geral que certos pigmentos foram abandonados por serem tóxicos. Por exemplo, o verde de Scheele: composto por arsênico, ele estava presente não só em pinturas, como em velas, brinquedos infantis e roupas.

No séc. XIX, houve incidentes de mulheres com vestidos verdes desmaiando aparentemente sem motivo, e crianças passando mal em cômodos verdes. Acredita-se que a morte de Napoleão foi causada por esse pigmento, já que no exílio ele vivia em um quarto com um tom forte de verde, sua cor favorita.

Outro pigmento tóxico era o alvaiade, também conhecido como “chumbo branco”. Ele dava uma distinta luminosidade a pinturas a óleo clássicas da Europa do séc. XVII, e acredita-se que os pintores sabiam que ela era tóxica, mas a usavam mesmo assim. Ela foi basicamente substituída pelo titânio branco.

Mas há uma abundância de cores comuns que foram extintas (ou quase) por outros motivos. Alguns destaques da lista de Meier:

  • Amarelo indiano: único pois continha a urina de vacas da província de Bihar, que eram alimentadas apenas com folhas de mangueira e água. O pigmento acabou sendo proibido.
  • Lápis-lazúli: o forte tom azul-marinho, que Yves Klein deve ter admirado, é feito triturando-se a preciosa rocha de mesmo nome. Hoje o pigmento custa US$ 360 por cada cinco gramas.
  • Marrom-múmia: o pigmento era feito triturando-se restos de múmias egípcias de verdade (tanto de seres humanos como de gatos). “Por volta do século XVI, apesar das restrições legais, era um grande negócio exportar múmias do Egito para a Europa, para serem moídas e usadas como ‘remédio’ “, explica o Art in Society. A tinta foi usada até o século XIX, quando o estoque de múmias secou.

Também é importante ressaltar que há toda uma indústria dedicada a replicar essas cores, mesmo que seja apenas para a restauração de grandes obras que usaram os pigmentos – a NPR fez uma ótima reportagem sobre o tema no ano passado. Confira a lista completa das cores extintas aqui: [Hyperallergic]

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