Crise de componentes atrasa entrega de 45 mil veículos da Ford
A Ford anunciou na segunda-feira (26) que vai manter até 45 mil veículos em estoque. O motivo: faltam peças essenciais para concluir a fabricação – principalmente chips semicondutores.
Segundo a empresa, a maioria são caminhões e SUVs. “A escassez de suprimentos resultará em um número maior do que o planejado de veículos sobre rodas construídos, mas que permanecem no estoque da Ford aguardando peças necessárias”, diz o comunicado.
A companhia diz que espera concluir os veículos e vendê-los para revendedores entre outubro e dezembro. Até lá, o preço dos automóveis deve saltar. Segundo a Ford, os custos de fornecedores estão quase US$ 1 bilhão acima do projetado, em especial por causa da inflação.
A espera por peças essenciais está abarrotando fábricas de carros nos EUA. O site norte-americano The Drive teve acesso a imagens que mostram os veículos inacabados estacionados no autódromo Kentucky Speedway, localizado na cidade de Sparta, nos EUA.
Primeira montadora de veículos do Brasil, a Ford fechou as três fábricas no país em janeiro de 2021. Desde então, a empresa tornou-se importadora – o que fez com que as vendas despencassem por aqui.
Por que faltam componentes
Fabricantes como a Ford estão lidando com a escassez de microchips desde 2020, quando a pandemia elevou a demanda. Com isso, faltaram fabricantes desses componentes essenciais a veículos e eletrônicos.
Em agosto, os EUA assinaram uma lei para fornecer US$ 52 bilhões em subsídios à indústria de semicondutores no país. O objetivo é estimular a criação de grandes fábricas de chips e, com isso, reduzir a dependência da Ásia — em especial, a China.
Esse dinheiro deve levar grandes fábricas de microchips para o território norte-americano, como as estrangeiras TSMC (Companhia de Manufatura de Semicondutores de Taiwan, na sigla em inglês), que representa mais da metade do mercado global, e GlobalFoundries, por exemplo.
Outras empresas nacionais, como a Intel, Micron e quem sabe a Ford e outras montadoras, também devem se beneficiar nos próximos anos.