Crocodilos de túmulo antigo foram mumificados com técnica desconhecida

Prática de enterrar animais era comum na civilização egípcia. Mas novos achados revelam que embalsamamento podia seguir regras diferentes
Crocodilos achados em túmulo antigo foram mumificados com técnica desconhecida
Imagem: Plos One/Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Jaén, na Espanha, encontraram dez múmias de crocodilos na região de Qubbat al-Hawā, na margem ocidental do rio Nilo. Poderia ser apenas mais um registro do enterro de animais do Antigo Egito — uma prática bastante comum à época –, mas esses novos achados são diferentes. Tudo por conta da técnica de embalsamamento aplicada.

Havia no local cinco corpos quase completos e cinco cabeças de crocodilos em diferentes estados de preservação. Alguns dos répteis ainda estavam com a pele presa ao corpo. Segundo os pesquisadores, os animais pertenciam às espécies C. niloticus e C. suchus, e tinham entre 18 e 35 metros de comprimento.

Comumente, os egípcios usavam betume e bandagens de linho para mumificar os crocodilos. Os répteis, no entanto, não estavam enfaixados e não traziam sinais de resina, o que facilitou o estudo detalhado dos tecidos e ossos por parte dos cientistas. 

Não havia indicação de que o intestino do animal havia sido removido no processo. Na verdade, a equipe acredita que os corpos tenham sido colocados na superfície ou enterrados em um ambiente arenoso, que permitiu a secagem natural. Depois, os animais foram enrolados em folhas de palmeira e levados ao túmulo.

Não há evidências de como os animais foram mortos ou capturados. As únicas marcas encontradas estão relacionadas a decapitação dos crocodilos, que foram feitas quando o corpo do animal já estava seco. As práticas funerárias recém-descobertas foram detalhadas na revista científica Plos One.

Esses animais eram sacrificados no Egito Antigo para atuar como intermediários entre os humanos e o deus Sobek. A divindade estava ligada à fertilidade e poderia ser representada pela imagem de crocodilos ou humanos com cabeças de répteis. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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