Descobertas pegadas de dupla de hominídeos caminhando há 1,5 mi de anos

Há cerca de 1,5 milhões de anos, dois hominídeos de diferentes espécies se encontraram em um antigo lago no Quênia, conforme uma recente descoberta de pegadas da dupla.

• Hominídeos comiam elefantes gigantes que viviam na Índia há 400 mil anos
• Humanos já eram marinheiros há 50 milênios, diz novo estudo

Black Friday

Ventilador 40cm Super Turbo 8 Pás Repelente Pastilha, Mondial, Preto/Prata, 140W, 110V - ...

COMPRAR

R$ 200

Os hominídeos deixaram suas pegadas na lama em “questão de horas”, segundo a paleontóloga Louise Leakey, coautora do estudo que relata a descoberta.

Publicado na última quinta-feira (28), o estudo revela que as pegadas pertenciam ao Homo erectus e ao Paranthropus boisei, duas espécies de hominídeos que habitaram o leste da África. 

Leakey liderou a equipe que encontrou as pegadas em 2021. No segundo semestre de 2022, uma equipe local escavou as pegadas.

De acordo com a equipe de pesquisa do estudo, as pegadas mostram como os hominídeos habitavam a mesma região enquanto lutavam pela existência.

“No campo da antropologia biológica, sempre temos um grande interesse em descobrir novas formas de obter conhecimento comportamental via registros de fósseis. As pegadas dos hominídeos são um grande exemplo”, afirmou Rebecca Ferrell, da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, responsável por financiar o projeto.

Pegadas de hominídeos é a primeira evidência direta de convivência

Graças ao financiamento do governo dos EUA, os pesquisadores usaram tecnologias avançadas para criar imagens em 3D das pegadas dos hominídeos.

De acordo com Ferrell, “o resultado nos ajuda a compreender a evolução humana e os papéis que a cooperação e a competição desempenharam na nossa jornada evolutiva”.

Sobre a competição, o exemplo dessas pegadas é que o Homo erectus só foi extinto há 110 mil anos. O outro hominídeo, o  P. boisei, foi extinto há 1,2 milhão de anos, pouco tempo após deixar suas pegadas ao lado de outro hominídeo no Quênia.

Vale ressaltar que o consenso é que o Homo erectus é o nosso ancestral direto. Em contrapartida, o Paranthropus é um parente da nossa espécie com características peculiares, como os maiores dentes entre qualquer primata.

Portanto, a descoberta é a primeira evidência direta de convivência entre duas espécies de hominídeos, que usavam os mesmos recursos naturais para alimentação.

De acordo com os cientistas, as duas espécies habitaram o local ao mesmo tempo, e, provavelmente, sabiam da existência uma da outra.