Ciência

Descoberto o possível motivo de uma pessoa ser destra ou canhota

Segundo estudo, a resposta está nos genes: canhotos têm variante genética específica 2,7 mais vezes que destros
Imagem: Kelly Sikkema/ Unsplash/ Reprodução

Há sempre um lado para o qual inclinamos quando abraçamos alguém, um canto da boca em que tendemos mastigar mais ou uma mão com a qual sempre seguramos uma xícara. Embora pareçam hábitos aleatórios, isso muitas vezes é predeterminado por condições genéticas – assim como a definição de quem é canhoto ou destro.

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Quando as pessoas ainda são apenas embriões, os hemisférios esquerdo e direito do cérebro já se conectam de maneira diferente. Agora, um estudo publicado na revista Nature Communications relacionou variações genéticas a esse aspecto chamado lateralidade.

O Giz Brasil já havia contado que pesquisadores buscavam variantes no código genético que influenciassem o desenvolvimento de um indivíduo canhoto. No total, eles são 10% da população mundial.

Mas no novo estudo o método permitiu descobrir que um gene específico de tubulina é 2,7 vezes mais comum em pessoas canhotas do que em destros.

Entenda a pesquisa do canhoto

Para o estudo, os cientistas analisaram mais de 350 mil dados de variantes genéticas sequenciadoras de proteínas. No total, examinaram dados genéticos de aproximadamente 313 mil pessoas destras e de 38 mil indivíduos canhotos.

Com base nessa análise de banco de dados, eles perceberam que, em pessoas canhostas, haviam mais variantes em um gene específico, o TUBB4B. Ele é responsável pela codificação chamadas tubulinas.

Em geral, as tubulinas são proteínas que se organizam em filamentos longos, chamados microtúbulos. São eles que controlam a forma das células e os movimentos que elas fazem. 

Então, esses microtúbulos formam cílios. De acordo com a pesquisa, eles podem direcionar o fluxo de fluidos no ambiente das células e, quando isso acontece de maneira assimétrica, pode interferir na lateralidade de uma pessoa durante seu desenvolvimento.

No entanto, os pesquisadores pretendem investigar como ocorre essa influência da “lateralidade” molecular própria dos microtúbulos no desenvolvimento inicial do cérebro.

Enquanto isso, a descoberta recente pode fornecer pistas sobre os mecanismos de desenvolvimento da assimetria cerebral em todos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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