A empresa Astrobotic Technology, criadora do “Peregrine”, o primeiro módulo lunar lançado nos Estados Unidos que poderia tocar o solo lunar em cinco décadas, teve que admitir uma derrota cósmica. Após um lançamento dramático na Flórida, a empresa admitiu que a espaçonave tem combustível suficiente para viajar apenas durante 40 horas. Ou seja, ela não conseguirá chegar na superfície da Lua.
A ideia inicial da empresa norte-americana era pousar no satélite terrestre no próximo dia 23 de fevereiro. Caso tivesse tido sucesso, ela se tornaria na primeira missão privada da história a fazer uma alunissagem controlada. Porém, com pouco combustível restante, a meta agora é levar a sonda até “o mais próximo possível” da Lua.
“Se os propulsores puderem continuar a operar, acreditamos que a nave espacial poderá continuar num estado estável de orientação por aproximadamente mais 40 horas com base no consumo atual de combustível”, disse a empresa.
O módulo de pouso de 1,2 tonelada foi lançado do Cabo Canaveral, nos EUA, na última segunda-feira (8). A decolagem vinha sendo acompanhado com muita expectativa, já que o objetivo era estudar o ambiente da superfície lunar antes da NASA enviar astronautas para lá até o final desta década. Reveja o lançamento:
Problemas já no lançamento
O Peregrine teve problemas assim que se separou do topo do foguete da empresa ULA (United Launch Alliance). Os engenheiros notaram que o módulo de pouso estava lutando para manter seus painéis solares voltados na direção do Sol para carregar sua bateria. A anomalia acabou gerando um grande vazamento no sistema de propulsão. Assim, sua missão de ir para a Lua foi por água (ou espaço) abaixo.
Além do módulo de pouso e instrumentos científicos da NASA e de universidades norte-americanas, a missão também carregava cinzas do criador e atores da série de ficção científica “Star Trek”.
A NASA fez um aporte de com 118 milhões de dólares (R$ 577 milhões) para que a Peregrine da Astrobotic fizesse essa missão. A empresa pretendia ser a primeira do setor privado a aterrissar com sucesso na Lua. Algo que apenas agências espaciais de quatro países conseguiram, entre eles, EUA, China, Rússia e Índia.
Também em parceria com a NASA, está previsto um segundo lançamento, em fevereiro, de uma empresa norte-americana. A missão, batizada Nova-C, foi desenvolvida pela Intuitive Machines e também pretende fazer um pouso suave na Lua.