Serão necessários mais alguns anos – e milhares de satélites – até que a constelação de internet Starlink da SpaceX atinja sua capacidade total. Porém, isso não impediu que Elon Musk participasse dos primeiros testes do sistema, que aparentemente está funcionando.
Nesta terça-feira (22), Elon Musk anunciou no Twitter que estava enviando um “tuíte por meio de um satélite Starlink”. Alguns minutos depois, ele respondeu ao tuíte dizendo: “Uau, funcionou!!”
Whoa, it worked!!
— Elon Musk (@elonmusk) October 22, 2019
Tradução: Enviando esse tuíte pelo espaço com a internet da Starlink.
Uau, funcionou!!
Nada mal, considerando que a constelação atualmente consiste em apenas 60 satélites, sendo que três sequer estão funcionando (um índice de desgaste ruim, mas essa é outra história).
Em maio, quando um foguete SpaceX Falcon 9 depositou os satélites miniaturizados (smallsats) a uma altitude de 400 quilômetros, Musk disse que o sistema não seria muito útil até que a constelação chegasse a cerca de 400 unidades e que ele não chegará à “capacidade operacional significativa” até completar 800 satélites. Porém, como sugere o tuíte de Musk, eles já funcionam minimamente.
Uma vez que o sistema estiver funcionando plenamente, em algum momento da década de 2020, a Starlink espera oferecer internet banda larga de baixo custo para praticamente qualquer local da Terra, não importa o quão remoto seja.
Estacionados na órbita baixa da Terra, os satélites criarão uma espécie de concha ao redor do mundo, oferecendo acesso à internet a quem estiver disposto a pagar.
Musk espera que a Starlink seja “viável economicamente” quando atingir mil unidades no espaço, mas a companhia aeroespacial planeja lançar até 12 mil satélites, cada um pesando cerca de 227 quilos.
Na verdade, o sistema poderia ter ainda mais unidades, dado o recente pedido da SpaceX feito para a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) para lançar 30 mil satélites adicionais.
Quando a primeira leva dos satélites Starlink foram lançados em maio, eles surgiram como um trem brilhante no céu. Esse lançamento, e a perspectiva de muitos outros, é uma preocupação para astrônomos, que estão apreensivos com o fato de a constelação de smallsats interferirem na observação do espaço.
Especialistas também se preocupam com o fato de a constelação de Starlink e de outras empresas, incluindo as que devem surgir pelas mãos da Amazon e OneWeb, possam aumentar a chance de colisões no espaço.
Esses temores aumentaram em setembro, quando a Agência Espacial Europeia precisou realizar uma “manobra de evasão de colisão” para prevenir que seu satélite Aeolus pudesse se chocar com um dos satélites da Starlink.