Elon Musk confirma que Tesla não vai mais aceitar Bitcoin como pagamento

CEO da Tesla Motors diz que mineração de criptomoedas levanta questões ambientais e que, por isso, suspendeu o uso de Bitcoin.
Imagem: Dan Kitwood (Getty Images)

O CEO da Tesla, Elon Musk, confirmou em um tweet na noite desta quarta-feira (12) que a companhia suspendeu o uso de Bitcoin para a compra de veículos. De acordo com o bilionário, a suspensão acontece por uma preocupação com “o uso cada vez maior de combustíveis fósseis para mineração de Bitcoin”.

Musk declarou que, embora a criptomoeda ela uma “boa ideia em muitos níveis”, a natureza intensiva de recursos da mineração de Bitcoin, que frequentemente depende de fontes de energia sujas como o carvão, fez com que a empresa repensasse seu papel em transações futuras usando a moeda digital.

“A Tesla não venderá nenhum Bitcoin e pretendemos usá-lo para transações assim que a mineração fizer a transição para uma energia mais sustentável. Também estamos procurando outras criptomoedas que usam menos de 1% da energia/transação do Bitcoin”, disse Musk.

O que mais chama atenção é que faz poucas semanas desde que a Tesla anunciou um investimento bilionário em Bitcoin, e menos tempo ainda de quando a companhia passou a aceitar a moeda com pagamento por seus carros. O próprio Musk já elogiou a Bitcoin inúmeras vezes. Por esses e outros motivos, é estranho ouvir do executivo um plano para realinhar a estratégia da Tesla para criptomoedas em prol do meio ambiente.

Se isso é uma estratégia ou não, ninguém pode afirmar com clareza. No entanto, as falas de Musk contribuem indiretamente para o aumento ou queda no valor de ações relacionadas às criptomoedas. Na semana passada, por exemplo, durante sua participação no programa Saturday Night Live, Musk se referiu à criptomoeda Dogecoin — que ele já havia citado de fora positiva mais de uma vez — como uma “armadilha”. Não deu outra: o valor da moeda caiu para cerca de um terço de seu preço no dia anterior.

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Mineração de criptomoedas se torna problema ambiental

O estresse ambiental causado pela mineração de criptomoedas tem ganhado destaque nos últimos aos, principalmente pela quantidade de energia usada para extrair o Bitcoin e outras moedas. De acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, o uso de energia da moeda já ultrapassa o consumo anual de energia elétrica da Argentina.

Em todo o mundo, países estão começando a tomar medidas drásticas para reverter esse cenário. Em março, a província chinesa da Mongólia Interior anunciou planos para interromper todos os novos empreendimentos de mineração de criptomoedas, a fim de reduzir o consumo de eletricidade. Nova York, por sua vez, tem um projeto de lei em andamento que visa proibir a mineração de Bitcoin por um período de três anos.

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