Mineração de bitcoin já consome mais energia do que Argentina, Holanda e Emirados Árabes

Média anual de consumo já é maior do que países inteiros. Afirmação é de um relatório da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Imagem: Dmitry Demidko (Unsplash)
Imagem: Dmitry Demidko (Unsplash)

A bitcoin voltou ao centro das atenções nas últimas semanas, talvez por conta do impulsionamento causado pelas falas da Tesla, que comprou US$ 1,5 bilhão em criptomoedas, e de Elon Musk, que tem feito tweets sobre elas. E o uso desse tipo de transação está tão em alta que a “mineração” de bitcoin já consome anualmente mais eletricidade do que toda a energia gerada na Argentina.

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Esse é o resultado de uma análise da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. De acordo com o relatório, minerar criptomoedas demanda bastante energia, uma vez que envolve cálculos pesados de computador para verificar e autorizar milhares de transações feitas simultaneamente. A estimativa é que esse consumo tenha uma média de 121,36 terawatts-hora (TWh) por ano, e dificilmente perderá força, a não ser que seu valor de mercado seja reduzido.

O número supera o consumo anual de energia de países como Argentina (121 TWh), Holanda (108,8 TWh) e Emirados Árabes (113,20 TWh). Se continuar nesse ritmo, em breve também passará a Noruega (122,20 TWh).

Os pesquisadores de Cambridge atribuem essa demanda surreal a alguns fatores. Com mais gente conhecida falando sobre a criptomoeda, como foi com o caso da Tesla, maior é seu valor no mercado. Só esta semana, foi registrado um novo recorde: US$ 48 mil, ou R$ 257 mil na conversão atual. Com esse aumento do preço, os mineradores de bitcoin ganham um incentivo a mais para operar cada vez mais máquinas que realizam esse processo. Logo, cresce o consumo de energia para manter esses equipamentos funcionando, uma vez que os computadores ficam ligados praticamente o tempo inteiro.

A mineração de bitcoin acontece por meio de computadores específicos que ficam conectados à rede de criptomoedas. Os dispositivos verificam as transações que utilizam essa forma de pagamento, seja pessoas que enviam ou recebem bitcoins. O processo envolve um complexo sistema de criptografia para solucionar uma equação e, com o passar do tempo, as equações vão ficando cada vez mais difíceis. É justamente nesse processo que os usuários responsáveis por essa mineração recebem pequenas quantias de bitcoins. Para aumentar os lucros, os mineiros geralmente conectam milhares de mecanismos de mineração à rede principal.

Com o aumento no consumo de energia, também se levanta questões envolvendo o impacto ambiental. Em entrevista à BBC, o autor David Gerard afirma que o bitcoin se tornou um meio anti-eficiente, pois não importa o tipo de tecnologia desenvolvida: as criptomoedas sempre vão demandar mais estrutura e, consequentemente, uma energia muito maior. Talvez elas não destruam o planeta, mas soluções a longo prazo podem diminuir esse impacto negativo. Gerard sugere que uma das alternativas seria a criação de um importo específico para bitcoin.

[BBC]

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