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Estudo revela se trabalhar 4 dias por semana funcionaria no Brasil

Teste revela resultados positivos de empresas que aderiram à semana de trabalho de 4 dias; porém, também existem desafios

Semana de trabalho de 4 dias dá certo? Experiência recente diz que sim

Após começar no exterior, o movimento “4 Day Week” (ou “Semana de 4 Dias”), que testa a jornada de trabalho de quatro dias semanais, chegou ao Brasil em maio de 2023 e seguiu até o primeiro semestre deste ano. Agora, uma nova rodada está começando no país e deve dar início efetivamente aos testes em 2025. Mas quais foram os resultados da última tentativa?

Em setembro deste ano, uma pesquisa da Gallup revelou que o país está em quarto lugar no ranking de trabalhadores com mais tristeza e raiva na América Latina, bem como o sétimo entre os mais estressados.

De acordo com o “4 Day Week”, uma forma de melhorar a experiência no ambiente de trabalho é adotando o modelo 100-80-100. Ou seja, 100% de pagamento do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade. No Brasil, 21 empresas participaram da experiência com 280 colaboradores.

As vantagens da semana de trabalho de 4 dias

Dados coletados em parceria com a FGV-EAESP revelaram que:

Quando ao bem-estar próprio:

Houve ainda um aumento de 60% no engajamento e de 80% na criatividade dos colaboradores. 16% dos participantes também afirmaram que não mudariam de empresa por nenhum salário.

Financeiramente, 72% das empresas participantes relataram aumento na receita durante o período do piloto.

Os resultados demonstraram 84,6% de apoio da alta liderança, com a maioria recomendando a iniciativa a outras empresas.

Além disso, 83% relataram melhoria significativa nos processos internos da empresa e 75% destacaram uma melhora no funcionamento das equipes e no uso da tecnologia.

As desvantagens

Apesar dos diversos benefícios da semana de trabalho de quatro dias, os brasileiros ainda precisam fazer alguns ajustes para se adequarem a ela. De acordo com o documento, o país teve desafios relacionados ao planejamento e até à resistência à mudança.

“O esquema pode funcionar bem em algumas áreas, mas em outras será necessário contratar mais gente, pois não há como parar. E isso vai custar mais caro. Então, é preciso ver como endereçar via processos e tecnologias, por exemplo”, apontou Pedro Signorelli, especialista em gestão, à UOL.

Além disso, no Brasil, houve também uma queda de produtividade na quinta-feira para empresas que optaram pela folga na sexta. Para Signorelli, a solução é focar na contratação de um funcionário por demanda, e não tempo.

“Ao contratar alguém, a empresa está comprando a disponibilidade do funcionário e não a produtividade. Acredito que o ideal seja o contrário: contratar para um escopo. Desta forma o compromisso passa a ser o resultado”, concluiu.

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