Ciência

Trabalho noturno: cientista descobre estratégia de cochilo ideal para evitar fadiga

Segundo pesquisa, dois cochilos - um longo e um curto - são a melhor combinação; método pode ajudar também pais de recém-nascidos
Imagem: Miriam Alonso/ Pexels/ Reprodução

O trabalho noturno é comum em setores como a saúde e a segurança, uma vez que muitas pessoas dessas áreas têm que realizar longos turnos. No entanto, este é o período em que as pessoas deveriam estar dormindo — seguindo o que dita o ciclo circadiano.

Por isso, o trabalho noturno e a falta de sono adequado podem aumentar o risco de distúrbios de saúde física e mental, além de prejudicar o desempenho do trabalhador.

Pensando nisso, uma pesquisadora japonesa buscou compreender mecanismos que pudessem amenizar os danos causados pelo trabalho noturno. Sanae Oriyama revisou estudos anteriores que testavam regimes de cochilos.

Entenda a pesquisa

No Japão, são comuns os turnos de 16 horas, especialmente na área da saúde. Nesses casos, o profissional tem direito a duas horas de intervalo no trabalho. Geralmente, esse tempo é utilizado para dormir.

Na revisão, Oriyama buscou comparar o estado de alerta e o desempenho cognitivo em diferentes regimes de cochilo, ao longo de um turno simulado das 16h às 9h.

Segundo a pesquisadora, ela queria “ser capaz de combinar vários cochilos, dependendo do tipo de trabalho e horário do dia, e escolher aqueles mais eficazes na redução da sonolência, fadiga e manutenção do desempenho”.

Em geral, leva 90 minutos para uma pessoa completar um ciclo completo de sono. Por isso, acordar antes que ele termine pode piorar a inércia do sono, a sonolência e a desorientação.

Da mesma forma, o estudo descobriu que o aumento do tempo total de sono pode levar à fadiga e à sonolência.

Assim, a pesquisa de Oriyama concluiu que a estratégia ideal é programar duas sessões de cochilo – uma de 90 minutos e outra mais rápida, de 30 minutos. Pessoas que fizeram isso apresentaram menos sonolência e mais estado de alerta que aqueles que tiraram um único cochilo de 120 minutos.

“O cochilo de 90 minutos mantém o desempenho a longo prazo e o cochilo de 30 minutos mantém níveis mais baixos de fadiga e reações rápidas”, explicou a autora do estudo ao Eureka Alert

Ela destacou que essa estratégia pode ser valiosa para a eficiência e segurança do trabalho nas primeiras horas da manhã. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.

Encontrando o melhor horário para o cochilo

O estudo também descobriu que o momento do cochilo desempenha um papel crucial: quanto mais tarde você o faz, mais eficaz ele é para afastar a sonolência e o esgotamento. No entanto, adiá-lo demais pode interferir na concentração à medida que sua necessidade de sono aumenta.

“Portanto, o momento ideal para tirar um cochilo e o cronograma ideal de cochilos durante o trabalho noturno precisam ser elucidados ainda mais”, disse Oriyama.

Não apenas trabalhadores em trabalhos noturnos, mas também outras pessoas podem se beneficiar dos resultados deste estudo. A autora pontua que o regime de cochilos também pode minimizar a fadiga causada pela privação de sono em mães que cuidam de bebês.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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