Estudo usa IA para separar hits de músicas insatisfatórias com 97% de precisão

Cientistas criaram sistema de IA para facilitar o trabalho de gravadoras e plataformas de streaming de analisar o potencial de novas canções. 
Estudo usa IA para separar hits de músicas insatisfatórias com 97% de precisão

Pesquisadores dos EUA descobriram como separar as músicas de sucesso das “não tão legais” com ajuda da IA (inteligência artificial). A equipe criou o sistema para facilitar o trabalho de gravadoras e plataformas de streaming ao analisarem o potencial de novas canções.

Segundo o estudo, publicado em 20 de junho na revista Frontiers, a IA não se baseia na opinião dos ouvintes, mas sim nas “reações emocionais” às músicas. E a precisão chega a 97%, diz a pesquisa.

Para isso, os pesquisadores da Claremont Graduate University mediram diretamente as respostas neurofisiológicas dos participantes da pesquisa às canções.

“Aplicando aprendizado de máquina a dados neurofisiológicos, pudemos identificar canções de sucesso quase perfeitamente”, explicou o professor de ciências econômicas e psicologia, Paul Zak, autor sênior do estudo, ao jornal Jerusalem Post.

Como foi o estudo

No processo, a equipe de cientistas usou sensores cardíacos para rastrear as respostas emocionais de 33 pessoas a 24 músicas.

Um serviço de streaming online escolheu as faixas, de diferentes gêneros, lançadas há no máximo seis meses. Apenas 13 eram “hits”, com mais de 700.000 streams.

A partir daí, um sistema de alto-falantes tocou as músicas para grupos de cinco a oito pessoas em um laboratório. Eles responderam sobre suas preferências para cada uma das faixas, bem como a uma pesquisa de dados demográficos.

Ao fim de cada canção, os participantes classificaram o quanto gostaram da música, se a repetiriam, recomendariam a seus amigos ou se acharam ofensiva. E, caso já conhecessem alguma, avaliar a familiaridade.

IA para prever desempenho musical?

Em 2023, o Polyphonic HMI, um estudo de caso da Harvard Business School tentou pela primeira vez usar IA para prever sucessos. A tentativa levou a hits e Grammys de artistas como Norah Jones, segundo reportagem do site Axios.

No Brasil, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) também já usou IA para criar um simulador de popularidade musical baseado no mercado nacional.

Mas, de acordo com Zak a precisão de 97% é inédita. “É incrível que a atividade neural de 33 pessoas possa prever se milhões de outras ouviram novas músicas”, disse. “Nada próximo a esta precisão já foi mostrado antes”.

No futuro, ele espera usar os resultados para contribuir com outras áreas. “É provável que essa abordagem também possa ser usada para prever sucessos de muitos outros tipos de entretenimento, incluindo filmes e programas de TV”, pontuou.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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