Exposição em Londres mostra sons de animais extintos; ouça

Exibição é um resumo de séculos de pesquisa de naturalistas britânicos e reúne gravações de sons, manuscritos e obras de arte sobre animais ao longo dos últimos 2 mil anos
Exposição em Londres mostra sons de animais extintos; ouça
Imagem: British Library/Reprodução

Um relato sobre o canto do rouxinol e a primeira descrição dos ornitorrincos viraram protagonistas na nova exposição da British Library, “Animals: Art, Science and Sound”, em Londres. A exibição é um resumo de séculos de pesquisa de naturalistas britânicos e reúne gravações de sons, manuscritos e obras de arte sobre animais, incluindo extintos, ao longo dos últimos 2.000 anos. 

A canção do rouxinol, lançada em 1910, foi a primeira gravação já feita de um animal. Depois de capturar o áudio, a Gramophone Company vendeu o disco da gravação para que as pessoas pudessem ouvir o canto do pássaro em suas próprias casas. 

O assobio do último Kauaʻi ʻōʻō vivo, gravado em 1983, é especialmente emocionante. Em 1982, a ave fêmea morreu durante um furacão, o que fez com que o macho se tornasse o último sobrevivente da espécie, nativa do Havaí (na imagem de destaque). 

O primeiro registro da baleia jubarte também ganhou destaque na amostra. Em janeiro de 1979, a revista National Geographic distribuiu um pequeno disco com a gravação do animal. Por causa disso, a edição vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo. 

Depois disso, gravações dos cantos das baleias se transformaram no ícone do movimento “Salvem as Baleias”. “A gravação de sons nos permitiu descobrir aspectos da vida dos animais que simplesmente não seriam possíveis usando apenas métodos textuais ou visuais”, explicou Cheryl Tipp, curadora da exposição, à CNN

Visão curiosa

Além das gravações, a exposição também traz obras peculiares que mostram como os animais foram vistos e registrados pelos humanos ao longo da história. Um exemplo é o desenho feito de um peixe tamboril, no século 16, que recebeu a cabeça de um monge. 

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Em 1553, o naturalista francês Pierre Belon ilustrou um tamboril com corpo escamoso e cabeça humana de monge. O desenho está na obra “Travels in the Levant” (sem versão em português). Imagem: British Library/Reprodução

Outro retrato marcante na história é a obra “Micrographia”, de Robert Hooke, publicada em 1665. O trabalho alavancou as observações em microscópios para o mundo. A obra saiu no mesmo ano em que um surto de peste negra atingiu Londres. Mas a compreensão de que micro-organismos causavam doenças só veio várias décadas depois. 

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Retrato detalhista microscópico de Robert Hooke, em 1665. Imagem: British Library/Reprodução

Em 1938, a Country Life registrou os cantos de camelos-bactrianos pela primeira vez. Ouça: 

No século 19, Sarah Bowdich, uma naturalista pioneira da Grã-Bretanha, fez ilustrações surpreendentemente realistas dos peixes de água doce do país. O mais interessante é que ela pintou os animais minutos depois de terem sido retirados da água. 

Exposição em Londres mostra sons de animais extintos; ouça

Peixe recém-retirado da água, de Sarah Bowdich, ilustrado em 1838. Imagem: British Library/Reprodução

A exposição, disponível apenas na British Library, em Londres, vai até 28 de agosto.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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