Facebook diz que vai remover conteúdos que neguem a existência do Holocausto

Em comunicado, Facebook informou que removerá de sua plataforma conteúdos que neguem ou reduzam a importância do Holocausto.
Facebook rodando no navegador Google Chrome. Crédito: Foto por Bhupinder Nayyar/Flickr
Foto por Bhupinder Nayyar/Flickr

O Facebook agora vai banir todo e qualquer conteúdo que negue a existência do Holocausto, o assassinato em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A empresa anunciou a medida nesta segunda-feira (12).

“Nossa decisão é embasada no aumento ao anti-semitismo globalmente e no nível alarmante de ignorância sobre o Holocausto, especialmente entre jovens. Segundo um pesquisa recente realizada nos EUA com pessoas entre 18 e 39 anos, um quarto delas disse que eles acreditam que o holocausto foi um mito, que foi exagerado ou que não estavam certos sobre os acontecimentos”, diz Monika Bickert, vice-presidente de Content Policy, do Facebook em comunicado.

Como em outras ocasiões, o Facebook diz que ainda neste ano passará a direcionar usuários para conteúdos sobre o tema para usuários que buscarem termos associados ao Holocausto ou à negação do massacre dentro da plataforma.

A decisão do Facebook mostra uma mudança de ponto de vista, pois há dois anos, em entrevista à jornalista Kara Swisher, Mark Zuckerberg, fundador da companhia, se mostrou contrário à remoção de tais tipos de conteúdo. Disse ele:

Sou judeu e há um monte de gente que nega que o Holocausto aconteceu. Para mim, isso é muito ofensivo. Mas no fim das contas, não acredito que nossa plataforma deveria remover [tais conteúdos], pois há coisas que diferentes pessoas entendem errado.

Na ocasião, Zuckerberg foi muito criticado e tentou se retratar dizendo que não estava defendendo o holocausto. O que explica este posicionamento é a noção de que a rede social não queria ser vista como uma “reguladora de discurso”.

Em post em seu perfil, Zuckerberg mostrou sua mudança de opinião sobre o assunto:

Tive dificuldades com a tensão entre defender a liberdade de expressão e os danos causados para minimizar ou negar o horror do Holocausto. Meu próprio pensamento evoluiu quando vi dados que mostram um aumento na violência contra judeus, assim como nossas políticas mais amplas sobre discurso de ódio. Traçar as linhas certas entre o que é e o que não é discurso aceitável não é algo simples, mas com o estado atual do mundo, acredito que esse é o equilíbrio certo.

Passados estes dois anos, o Facebook tem se preocupado menos em parecer um “regulador de discurso” e tem tomado ações concretas para tentar remover o discurso de ódio. Recentemente, a companhia anunciou a remoção de grupos relacionados à teoria da conspiração QAnon. Além disso, existe todo o escrutínio relacionado às eleições nos EUA, onde por algumas vezes a rede teve que tomar ação contra publicações do presidente Donald Trump.

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