Todo mundo sabe que dormir menos de 5 horas por noite prejudica o descanso completo do organismo. Mas agora, um estudo publicado na revista Translational Psychiatry revelou que fazer isso frequentemente pode aumentar o risco de desenvolver sintomas depressivos.
Contudo, há uma relação recíproca entre a duração do sono e a depressão. Em geral, um pode causar o outro e vice-versa.
“Temos esse cenário de ‘o que veio primeiro, o ovo ou a galinha?’. Frequentemente ocorrem juntos, mas ainda não está resolvido em sua maioria qual vem primeiro”, comentou Odessa Hamilton, autora da pesquisa.
No entanto, usando a suscetibilidade genética à doença, o estudo determinou que o sono provavelmente precede os sintomas depressivos.
Entenda a pesquisa
No estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de sete mil pessoas com uma idade média de 65 anos. Entre eles, a maioria dormia sete horas por noite, dentro da média recomendada para adultos.
Ainda assim, havia cerca de 10% dos participantes que dormiam menos de cinco horas por noite. Quando olharam para aqueles que tinham sintomas depressivos no início do estudo, a média era de 8,75%.
Tanto a duração do sono quanto a depressão são parcialmente hereditárias de uma geração para a próxima.
Por isso, além da análise observacional, eles também consideraram predisposições genéticas relacionadas a uma maior probabilidade de desenvolver depressão e de dormir pouco ou muito.
De primeira, os pesquisadores perceberam que pessoas com uma predisposição genética mais forte para dormir pouco tinham o dobro de chances de desenvolver sintomas depressivos. Isso tendia a ocorrer ao longo de 4 a 12 anos de sono ruim.
Depois, eles testaram o inverso. Mas pessoas com uma maior predisposição genética para a depressão tinham apenas um terço (0,3) de probabilidade aumentada de dormir pouco.
Dormir demais também pode não ser bom
Os pesquisadores também encontraram uma ligação entre dormir muito e desenvolver sintomas depressivos.
Em geral, participantes que dormiam mais de nove horas apresentaram 1,5 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos do que aqueles que dormiam a média recomendada, de sete horas.
Dessa forma, os autores acreditam que o estudo oferece bases bases importantes para futuras investigações sobre a interseção entre genética, sono e sintomas depressivos.