FBI manteve site de pedofilia no ar por alguns dias para capturar criminosos
O FBI usava iscas para pegar pedófilos na internet: a agência dos EUA hospedou imagens de pornografia infantil na dark web para distribuir malwares e detectar IPs de quem baixasse essas fotos.
Depois de assumir o controle de um site conhecido como Playpen em fevereiro de 2015, o FBI decidiu hospedá-lo em seus próprios servidores durante 13 dias, permitindo que fotos de abuso sexual infantil continuassem sendo distribuídas a partir dele. Isso possibilitaria ao FBI conseguir dados sobre os usuários do site, o que poderia ajudar nas investigações e na caça aos pedófilos.
Mas é um meio bastante questionável de se caçar pedófilos – isso é, inclusive, contra os procedimentos de operação do FBI. Normalmente, quando a agência assume controle de um site desse tipo, ele é desativado na sequêcia. Não foi o que aconteceu com o Playpen – e nem em outros dois casos cujos detalhes permanecem em segredo. Ron Hosko, um antigo agente do FBI, explicou ao USA Today o pensamento por trás desse método:
“Tínhamos uma janela de oportunidade de entrar em um dos lugares mais sombrios da Terra, e poucas outras opções além de não entrar. Não tinha outro jeito de identificarmos tantas pessoas.”
O Playpen tinha 215.000 usuários na época em que ficou sob controle do FBI, e hospedava mais de 23.000 imagens e vídeos explícitos de crianças – destas, cerca de 9.000 estavam nos servidores do FBI. Algumas das imagens mostravam crianças em idade pré-escolar, segundo a descrição presente em documentos legais.
O USA Today diz que 137 pessoas foram acusadas de pedofilia até o momento. A estratégia de defesa dos acusados agora envolve o fato de que o FBI continuou permitindo o acesso e armazenamento de material ilegal em seus servidores, e, por isso, o caso deveria ser arquivado.
[USA Today via The Next Web]