Imagine encontrar um objeto com importância científica seu sendo comercializado por um completo desconhecido na internet. Foi mais ou menos o que aconteceu com um fóssil brasileiro.
Um peixe brasileiro fossilizado, que data do período Cretáceo, estava sendo comercializado em um site de leilões italiano. Após saber do caso, o Ministério Público Federal (MPF) moveu um processo e recuperou a peça.
O fóssil tem cerca de 100 milhões de anos. Ele é originário da região da Chapada do Araripe, no Ceará. Agora, o objeto ficará guardado no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, gerido pela Universidade Regional do Cariri (Urca).
O valor estimado do fóssil é de R$ 16 mil. Não se sabe como ele foi parar na Itália, mas especialistas explicam que encontrar peças brasileiras pelo mundo é algo relativamente comum. Para ter uma ideia, o MPF está movendo agora outros seis pedidos de repatriação aos Países Baixos, Alemanha, França, Espanha, Japão e Coreia do Sul.
Às vezes, os museus que detém o fóssil devolvem de bom grado. Foi o que aconteceu com a Cretapalpus vittari, uma aranha fóssil batizada em homenagem à Pabllo Vittar. A peça estava em uma coleção do Museu de História Natural da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, mas foi devolvida assim que solicitado.
Há casos em que o buraco é mais embaixo. Há o exemplo do Ubirajara jubatus, dinossauro brasileiro guardado no Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha. Neste caso, os europeus se negam a devolver a peça.
Mas há também histórias positivas em que o Brasil conseguiu a repatriação por meio da justiça. O peixe do Araripe, claro, é uma delas.
Outro exemplo ocorreu no ano passado, quando o Ministério Público obteve decisão favorável pela Justiça francesa para a devolução de 34 caixas repletas de fósseis. Elas guardam, no total, 345 pedras de animais fossilizados e 648 pequenos quadrados de animais e plantas em formato de fóssil, que devem retornar ao país em maio deste ano.