Ciência

Galáxias antigas tinham formato de banana, diz astrônomo

Estudo analisou imagens do Telescópio Especial James Webb de mais de quatro mil galáxias; formato pode ter relação com matéria escura
Imagem: Erhan YILDIRIM/ Unsplash/ Reprodução

Ao pensar em uma galáxia, diversas imagens podem vir à cabeça. Mas uma delas provavelmente será a do disco luminoso em meio ao espaço, formato característico da Via Láctea.

whatsapp invite banner

Agora, o astrônomo Viraj Pandya e uma equipe de pesquisadores estão prestes a publicar um artigo na revista Astrophysical Journal no qual defendem a hipótese de que, quando nascem, as galáxias não têm o formato arredondado tão conhecido atualmente.

Segundo a pesquisa, que analisou imagens do Telescópio Espacial James Webb, galáxias bebês se parecem mais com bananas. Isso devido à sua forma inclinada, capturada pelas fotografias espaciais.

A formação de galáxias

Segundo especialistas, galáxias se formaram a partir de flutuações na densidade de matéria e energia, durante o Big Bang. Assim, áreas mais densas ficavam para trás conforme o universo crescia. 

Isso, por sua vez, fez com que a matéria escura se acumulasse, puxando matéria orgânica consigo. Dessa forma, todo o material junto formou estrelas e galáxias, ou então desapareceu em buracos negros.

Em geral, muitos pesquisadores presumiram que as galáxias existentes hoje tinham o mesmo formato quando nasceram. Atualmente, elas assumem duas formas principais: nuvens arredondadas e discos planos, como a Via Láctea.

Entretanto, imagens do Telescópio Hubble também já demonstravam que as galáxias primitivas tinham formatos diferentes, como o de bananas. Assim, a teoria predominante sugere que a matéria escura fria, composta por partículas pesadas e lentas, pode formar padrões em larga escala. 

No entanto, experimentos não detectaram essa matéria escura fria, levando a explorar outras formas propostas, como axiomas. Em geral, eles são partículas extremamente leves, que agem como ondas. 

Segundo simulações de computador, acredita-se que essas ondas poderiam influenciar a formação de galáxias, produzindo formas peculiares em vez das esperadas pela matéria escura fria.

O que diz a nova pesquisa

(Imagem: Pandya et al./ Reprodução)

Intitulado como “Galaxies Going Bananas”, o novo estudo conta com a análise de imagens feitas pelo James Webb de cerca de quatro mil galáxias recém-nascidas. Equipado com um espelho gigante e sensores infravermelhos, o telescópio pode ver as galáxias mais distantes e, portanto, mais antigas.

Então, com as fotografias bidimensionais, Pandya e sua equipe realizaram análises estatísticas e, assim, investigaram as formas tridimensionais das galáxias. No entanto, segundo o pesquisador, se essas galáxias iniciais realmente tivessem formato de disco, os telescópios deveriam capturar sua face completa, circular.

“Elas consistentemente parecem muito lineares, com algumas galáxias mostrando múltiplos aglomerados brilhantes dispostos como pérolas em um colar”, disse o Dr. Pandya ao News York Times.

De acordo com o pesquisador, os resultados sugerem que a própria Via Láctea pode ter passado por uma fase morfológica semelhante a uma banana no passado.

Segundo especialistas, se os resultados da pesquisa forem confirmados, podem alterar profundamente a compreensão  sobre como as galáxias surgem e crescem. Além disso, também poderia oferecer informações sobre a misteriosa natureza da matéria escura.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas