Ciência

Gato galático? Como foi a transmissão da NASA em vídeo 4K de pet a 31 milhões de km

Experimento da NASA foi bem sucedido e conseguiu enviar vídeo de gato "ao vivo" direto do espaço; teste de comunicação a laser é um marco
Imagem: JPL/ NASA/ Reprodução

Em 1928, uma estátua do personagem de desenho animado Felix, o Gato, foi apresentada em transmissões de teste de televisão. Agora, o animal segue sendo utilizado em experimentos tecnológicos, mas dessa vez direto do espaço. A NASA enviou um vídeo estrelado por um gato chamado Taters a cerca de 31 milhões de quilômetros de distância – algo próximo a 80 vezes o trajeto entre a Terra e a Lua. 

A gravação de alta qualidade tem 15 segundos e foi transmitida da sonda Psyche, que está no espaço viajando ao asteroide de mesmo nome. No entanto, o gatinho não está viajando por lá.

“Nada em Psyche gera dados de vídeo, então normalmente enviamos pacotes de dados de teste gerados aleatoriamente”, explicou Bill Klipstein, gerente de projeto de demonstração de tecnologia do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA.

Por isso, gravaram o gato malhado de laranja de um dos funcionários do JPL para usar no teste. Assim, nas imagens, é possível ver o bichinho perseguindo um ponteiro laser. Confira abaixo.

O trajeto por infravermelho

Da missão espacial Psyche, o vídeo foi transmitido por sinais de laser infravermelho para o telescópio Hale, no Observatório Palomar da Caltech, nos Estados Unidos, onde foi baixado. Depois, foi enviado “ao vivo” para o JPL. No total, a tecnologia levou apenas 101 segundos para concluir a transmissão.

“Esta conquista destaca nosso compromisso em avançar nas comunicações ópticas como um elemento-chave para atender às nossas futuras necessidades de transmissão de dados”, disse Pam Melroy, administradora adjunta da NASA

De acordo com a especialista, o avanço dessa tecnologia pode ocasionar a transformação da comunicação durante futuras missões interplanetárias. 

O sucesso do experimento com o vídeo do gato é um marco. Isso porque a comunicação a laser é projetada para transmitir dados do espaço a taxas de 10 a 100 vezes maiores que os sistemas de radiofrequência. Atualmente, as missões espaciais utilizam esse método.

Em geral, o objetivo é garantir uma tecnologia de comunicação que viabilize o próximo grande salto da humanidade: enviar humanos a Marte. Para isso, é preciso que ela seja capaz de enviar informações científicas complexas, imagens em alta definição e vídeos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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