Tecnologia

Google já consegue criar “clone IA” de qualquer pessoa

Cientistas criaram cópias da personalidade de mais de mil pessoas utilizando a inteligência artificial

A Universidade de Stanford (EUA) e o Google Deepmind conduziram um estudo digno de ficção científica. O objetivo principal da pesquisa era criar “clones de IA”, agentes de inteligência artificial capazes de reproduzir o comportamento de seres humanos reais com alta precisão.

Como é o “clone de IA”

Ao todo, os cientistas criaram “cópias” de 1.052 pessoas que aceitaram participar do projeto. Eles foram recrutados pela Bovitz, empresa especializada em pesquisa de mercado. E receberam quantias de até US$ 100, o equivalente a R$ 607, para conversar com um sistema de IA.

As entrevistas individuais tiveram duração de aproximadamente duas horas. Segundo as informações divulgadas sobre a pesquisa, os participantes foram questionados sobre tópicos bem variados, como vida familiar, redes sociais, ambiente de trabalho e política, por exemplo.

O resultado das conversas, aproximadamente 6,400 palavras, serviram como base de dados para treinamento. Em declaração à revista New Scientist, o doutorando Joon Sung Park, líder da pesquisa, afirmou que a metodologia de utilizar entrevistas qualitativas, ao invés de um questionário simples, foi fundamental para o sucesso do estudo.

Em alguns testes, os sistemas de IA treinados com dados da personalidade dos entrevistados conseguiram reproduzir até 85% das respostas dos participantes. No entanto, os resultados não foram excelentes em todos os cenários. Já que na tomada de decisão econômica ou que continham nuances sociais mais complexas, a acurácia caiu para 60%.

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Assim, a expectativa é de que a experiência possa ser replicada na realidade. Diversos segmentos podem usar os “clones de IA” para prever a reação do público a novos produtos ou serviços. Além disso, uma alternativa seria usá-los em pesquisas sociológicas nas quais seria inviável investir recursos financeiros em participantes reais.

No entanto, ainda há implicações éticas em torno do possível uso dos “clones” de inteligência artificial que podem dificultar sua utilização em cenários reais.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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