[Hands-on] Xiaomi Mi 9: estilo e potência com recursos avançados
Desde que se tornou uma das marcas mais populares de smartphone da China, a Xiaomi tem ganhado relevância global em diferentes mercados, sobretudo na Índia, Oriente Médio, Europa e América Latina (sobretudo México e Colômbia). E embora seja possível comprar alguns produtos da marca nos EUA, os telefones da Xiaomi não estão disponíveis no mercado americano e, aqui no Brasil, tudo que temos no momento são importadoras e a distribuição de alguns modelos pela mineira DL. Tudo isso para dizer que é chato o fato de nem todos os lugares do mundo terem modelos como o novo smartphone Xiaomi Mi 9.
A Xiaomi equipou o Mi 9 de modo que ele tenha especificações e recursos notáveis, mas sem exagerar com câmeras retráteis, algo em que algumas chinesas têm investido. E, embora a Xiaomi não tenha revelado o preço e a disponibilidade do Mi 9 (o que é esperado para o Mobile World Congress 2019), é possível dizer que o telefone é um negócio melhor que o OnePlus 6T.
De várias formas, isso torna o Mi 9 um ideal do que é um bom smartphone de gama intermediária. Para ser claro, estou me referindo a gama média em termos de preço (a marca tradicionalmente não posiciona o aparelho como os de gama alta), não de especificações, pois com o chip Qualcomm Snapdragon 855, 6 GB de RAM e opções de 64 GB e 128 GB, o Mi 9 certamente não vai deixar a desejar no quesito desempenho.
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O mesmo pode ser dito da tela AMOLED de 6,39 polegadas (2340 x 1080), que consegue parecer brilhante e colorida mesmo sob luz solar direta. Embora não haja nada de muito especial com os painéis curvos de vidro e o chassis de metal, o smartphone parece premium — até mesmo comparável com aparelhos que custam o dobro de seu preço.
As coisas ficam mais interessantes com os recursos estrategicamente selecionados pela Xiaomi que tornam o Mi 9 um pouco mais chique, mas sem forçar a mão no preço. O primeiro desses recursos é o conjunto de três câmeras com uma lente grande angular, uma lente angular e uma lente telefoto 2x com sensor Sony IMPX586, da Sony, na grande angular primária.
Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
Este é o mesmo sensor presente no Honor View 20. E, como o concorrente da Huawei, a Xiaomi também permite usá-lo para fornecer aos usuários a capacidade de tirar fotos de 12 megapixels, ou com um simples ajustes, utilizar os 48 megapixels para capturar imagens com mais detalhes.
Como um fã do crescente número de lentes e sensores na traseira de smartphones modernos, devo dizer que o conjunto traseiro do Mi 9 dá a flexibilidade de captura de imagens em uma grande variedade de situações. Você não se sentirá frustrado ao pegar o telefone para capturar uma paisagem ou tentar documentar algum objeto que esteja um pouco mais distante. No futuro, espero que todos aparelhos intermediários e de topo de linha ofereçam conjuntos do tipo.
A segunda adição importante no Mi 9 é o carregamento sem fio, um recurso que não está disponível nos modelos de última geração. No entanto, aqui não temos aquela lentidão padrão como ocorre com o acessório. A Xiaomi se esforçou em criar uma almofada capaz de enviar 20 watts para o aparelho. A título de comparação, a base de carregamento sem fio da Razer, que é uma das mais potentes do mercado, envia 15 watts.
Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
É claro que existe um pequeno inconveniente: para atingir os 20 Watts, a Xiaomi teve de substituir o padrão Qi de carregamento para transmitir mais de 10 Watts. Isso significa que outros aparelhos, como iPhone Xs e Galaxy S9, funcionarão normalmente, mas não vão atingir o pico de potência de carregamento que o Mi 9, só com a base feita pela própria Xiaomi.
A Xiaomi fez até uma versão para carro de seu carregador sem fio. Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo
Óbvio que você poderá carregar seu smartphone com fio. O carregador da Xiaomi conta com carregamento rápido de 27 Watts, o que na prática faz com que ele chegue de 0 a 100% em cerca de uma hora e meia de tomada. E, para adicionar um pouco mais de sofisticação, o Mi 9 vem com leitor de digital sob a tela.
Por fim, como um aceno para as pessoas que precisam de algo extra, a Xiaomi manteve a tradição de fazer uma versão do seu smartphone com uma traseira transparente e com ridículos 12 GB de RAM. Olhando de perto, a transparência do Mi 9 chama a atenção. Embora a companhia ressalte que use coberturas sofisticadas encontradas em vários carros chiques, as placas e os circuitos que você vê pela transparência da tela Gorilla Glass 5 da traseira são decorativos.
Então, se você estiver insatisfeito com os telefones disponíveis onde você mora, o Mi 9 pode ser uma opção. Lógico, tem essa questão da disponibilidade — quem sabe a Xiaomi não traga mais produtos pelas mãos da empresa mineira DL ou com sua própria marca? —, mas, de modo geral, é um baita telefone. Aliás, não ligue muito para os anúncios que a Xiaomi esconde na Mi UI.