No começo deste ano, a Huawei ultrapassou a Apple e se tornou a segunda maior fabricante de smartphones do mundo (em volume), o que é bem impressionante se você considerar que os melhores celulares da empresa, como o P20 Pro, não são vendidos oficialmente nos Estados Unidos, Brasil e alguns outros mercados.
Nos EUA, é possível comprar o smartphone por meio de varejistas online específicas. Já o Brasil, pode receber os modelos em algum momento pelas mãos da Positivo.
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Disponível em duas opções – Mate 20 padrão e Mate 20 Pro – os componentes dos novos celulares da Huawei parecem ter passado com uma listinha de itens e marcado todas as tendências dos smartphones. O Mate 20 tem uma tela LCD grandona de 6,5 polegadas com resolução FHD+ e conta com um recorte que a empresa chamou de “pingo de orvalho” para abrir a câmera frontal de 24 megapixels (é um entalhe), enquanto o Mate 20 Pro tem um recorte mais tradicional e conta com um projetor para escanear rostos em 3D (parecido com a tecnologia que a Apple usa para o FaceID), além de uma tela OLED de 6,39 polegadas com resolução QHD+ e um leitor de impressão digitais debaixo da tela.
Sim, é isso mesmo. Já tivemos muitos conceitos e edições especiais limitadas, mas é o Mate 20 Pro que entregará uma funcionalidade que muitas fabricantes prometeram mas não entregaram: sensor de impressão digital na tela. Mas esse é só o começo, porque na traseira, o Mate 20 tem um quadrado recheado com três câmeras com lentes Leica e um flash.
No Mate 20 Pro, a configuração consiste em uma câmera principal de 40MP, uma câmera grande angular de 20MP e uma câmera telefoto de 8MP com zoom óptico de 3x, o que é mais do que o oferecido pela Apple no iPhone Xs ou pela Samsung no Galaxy Note 9.
Já a versão padrão do Mate 20 oferece especificações um pouco menos ambiciosas, incluindo uma câmera principal de 16MP, uma grande angular de 12MP e uma telefoto de 8MP com 2x de zoom.
Por dentro, a diversão continua porque o Mate 20 é também o primeiro smartphone da Huawei a contar com o novo chipset próprio Kirin 980 que, segundo a empresa, tem 20% mais performance e 40% mais eficiência energética. A companhia também dobrou a aposta na inteligência artificial e machine learning, incluindo duas unidades de processamento neural (NPU, na sigla em inglês).
Essas NPUs, segundo a Huawei, dão ao celular a possibilidade de tentar novos truques de câmera via inteligência artificial, como um autofoco preditivo que utiliza essas unidades de processamento para ajudar a antecipar o movimento do objeto. Outra possibilidade é selecionar as cores para deixar apenas o plano de fundo monocromático, tudo isso em tempo real. Em meu breve período com os dispositivos, essas duas novidades da câmera funcionaram bem, mesmo na sala de demonstração apertada e com iluminação desajeitada. Ainda assim, é cedo para dizer se a Huawei acertou em cheio.
Em termos de especificações puras, o Mate 20 Pro levou a capacidade de bateria para outro nível com uma célula de 4.200 mAh, junto com 6GB de RAM, 128GB de armazenamento, slot para cartão microSD e um sistema de carregamento rápido de 40-watt – é mais do que o dobro da velocidade típica do carregamento rápido de 18-watt da maioria dos smartphones Android. E com a bateria extra, a Huawei inclui carregamento wireless reverso que pode ser utilizado para carregar outros aparelhos.
O Mate 20 inclui até espelhamento de tela wireless para TVs e monitores próximos via Miracast, além de um sensor infravermelho, que se tornou raridade entre os topos de linha. Infelizmente, apenas o Mate 20 padrão tem entrada para fone de ouvido.
Uma das coisas mais interessantes para mim foi o design do Mate 20. No passado, a Huawei gostava de copiar alguns aspectos da estética do iPhone, mas desta vez, parece que a companhia se inspirou mais na Samsung. Tirando os entalhes do Mate 20 e Mate 20 Pro, o visual deles é bem similar ao do Galaxy S9.
A traseira dos celulares tem até uma micro-textura que parece ser bem suave, mas se parece mais com os vincos de um disco de vinil. E mantendo as belas cores do P20 Pro, o Mate 20 estará disponível em belos tons incluindo verde esmeralda, azul meia-noite, preto e rosa dourado. Tem até um novo gradiente crepuscular.
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No Mate 20 Pro, a Huawei colocou tudo o que podia. O que é interessante, porque é a estratégia oposta a que o Google adotou no Pixel 3, que deixou de lado a corrida por especificações em favor de um foco no software do celular.
O Mate 20 e Mate 20 Pro deverão estar disponível em algum momento até o final do ano, mas ainda não temos preço oficial, nem data marcada. Se a gente levar o Mate 10 e P20 como indicadores, podemos adiantar que não serão celulares baratos. Estou esperando algo por cerca de US$ 900 para o Mate 20 padrão e, no mínimo, US$ 1.000 pelo Mate 20 Pro.
Os preços na Europa serão os seguintes: o Mate 30 começa em 800 euros (cerca de US$ 925) para a versão 4 GB/128 GB, enquanto o Mate 20 Pro começa em 1.050 euros (cerca de US$ 1.215) para a versão com 6 GB/128 GB. Como a fabricante fez em outras ocasiões, haverá ainda uma versão mais cara com design da Porsche. O Mate 20 Pro com traseira de couro, 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento tem preço sugerido de 1.700 euros (cerca de US$ 2.000)
Imagem do topo: Sam Rutherford/Gizmodo