Segundo estimativa de 2019 da OMS (Organização Mundial da Saúde), a expectativa de vida média global é de 73,4 anos. No entanto, o microbiologista português João Pedro Magalhães acredita que, não fossem os dinossauros, essa idade poderia ser ainda maior.
Sua teoria, chamada de “hipótese do gargalo de longevidade”, foi publicada em um artigo na revista BioEssays.
Em geral, o pesquisador resume sua justificativa a como os mamíferos evoluíram durante o período dos dinossauros, priorizando a reprodução rápida para perpetuar as espécies, em vez da longevidade.
A teoria da evolução dos mamíferos
Para Magalhães, os mamíferos evoluíram para desenvolver habilidade de se reproduzir rapidamente. Fazer isso era essencial em uma época com a ameaça dos dinossauros, em que esses animais poderiam não viver tanto tempo, de qualquer maneira.
Então, a ideia proposta por Magalhães sugere que, se os mamíferos tivessem expectativas de vida mais longas, teriam levado mais tempo para atingir a maturidade.
Isso, por sua vez, poderia ter tornado a sobrevivência na época muito mais difícil. “Minha hipótese é que tal pressão evolutiva prolongada sobre os mamíferos primitivos para uma reprodução rápida levou à perda ou inativação de genes e vias associadas à vida longa”, explicou de Magalhães.
Assim, a evolução dos mamíferos pode ter passado pela eliminação de genes associados à longevidade. E, embora as pessoas vivam em um período sem dinossauros percorrendo a Terra, essa característica pode ter se estendido aos humanos, afetando sua expectativa de vida.
Se isso for verdade, provavelmente os mamíferos tiveram vidas mais longas no passado. Segundo o pesquisador Magalhães, sua teoria também faz sentido porque não há mamíferos com características regenerativas.
Contudo, isso tudo é apenas uma hipótese. No momento, novos estudos e abordagens podem oferecer outras perspectivas e evidências para confirmar ou refutar a possibilidade.