Julie Newmar: quem é a atriz por trás da 1ª Mulher-Gato da série “Batman”
Muito antes de Zoë Kravitz, em “The Batman” (2022), outras atrizes já interpretaram a icônica Selina Kyle, a Mulher-Gato dos quadrinhos da DC Comics.
A primeira delas foi Julie Newmar, na série dos anos 1960 “Batman”, que permaneceu na função até ser substituída por Eartha Kitt, na terceira e última temporada.
Nascida em 16 de agosto de 1933, em Los Angeles, Califórnia, nos EUA, com o nome de Julia Chalene Newmar, a atriz completa 90 anos este mês. Ela é conhecida também por seus papéis em filmes de comédia e pela sitcom dos anos 1960 “My Living Doll”, além de ter aparecido na série de “Star Trek”.
Julie é a mais velha dos três filhos de um professor universitário (e ex-jogador de futebol americano) e uma atriz. Envolvida com dança e instrumentos desde criança, ela era bailarina e tocava piano. Na juventude, desistiu da faculdade para tornar-se coreógrafa, professora e dublê de dança do Universal Studios.
Com menos de 18 anos, Newmar interpretou a “garota dourada”, uma estátua que ganhou vida dançando no drama “A Serpente do Nilo” (1953). No ano seguinte, estreou no musical da MGM “Sete Noivas para Sete Irmãos”. Aos 19 anos, teve seu primeiro papel na Broadway em “Silk Stockings”. Mais tarde, venceu um prêmio Tony de teatro pela comédia “Marriage-Go-Round”.
Na TV, a atriz é mais conhecida por seus papéis cômicos e sobrenaturais. Alguns exemplos são sua aparição em “Twilight Zone” e seu papel no elenco principal de “My Living Doll” como a robô Rhoda. Em 1966, incentivada por seu irmão, ela criou o papel de Mulher-Gato em “Batman”, tornando-se a vilã mais popular da série.
O impacto da Mulher-Gato de Julie Newmar
Baseada no personagem da DC Comics, a série de três temporadas “Batman” (1966-1968) traz os heróis Bruce Wayne/Batman (Adam West) e Dick Grayson / Robin (Burt Ward), que defendem Gotham City de vários criminosos. Na trama, a Mulher-Gato é uma ladra de joias que vive uma complicada relação de amor e ódio com o homem-morcego.
Sua primeira aparição foi no quadrinho “Batman #1”. Na época, ela se chamava “A Gata”, e usava apenas uma peruca e óculos falsos. Duas edições depois, já como Mulher-Gato, ela usava um vestido amarelo e uma capa laranja, com uma máscara de cabeça de gato.
Seu visual só se tornou o que é hoje com a série de 1966, quando os quadrinhos se adaptaram à versão de Julie Newmar. Foi a popularidade dela, aliás, que trouxe a personagem de volta aos quadrinhos depois de mais de 10 anos sem aparecer, vítima de uma censura do Senado por supostamente estimular delinquência juvenil.
50 anos depois, Newmar reprisou seu papel novamente como dubladora em “Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica” (2016) e em “Batman vs. Two-Face” (2017). Antes disso, ela já havia aparecido no filme biográfico de 2003 “De Volta à Batcaverna”, com os colegas Adam West , Burt Ward , Frank Gorshin e Lee Meriwether, que interpretou a Mulher-Gato na mesma época.
Em 2012, a Bluewater Comics lançou uma minissérie em quadrinhos de quatro edições inspirada na atriz, “The Secret Lives of Julie Newmar”.
Julie Newmar depois de “Batman”
Em 1977, Julie Newmar se casou com o advogado J. Holt Smith, com quem teve um filho, John Jewl Smith. Aos 49 anos, já após o divórcio, fez cursos na Universidade da Califórnia para administrar seu próprio negócio imobiliário.
Antes mesmo disso, ela já se demonstrava uma businesswoman. Ela recebeu uma patente nos Estados Unidos para criar seu próprio modelo de meia-calça. O novo design da pela, chamada “Nudemar”, fez sucesso. Em entrevista à revista People, a atriz revelou que a motivação por trás da criação da peça era deixar o bumbum mais firme.
Com mais de 60 anos, Julie Newmar não perdeu o posto de símbolo sexual. Ela foi modelo para Thierry Mugler em Paris e apareceu no videoclipe “Too Funky”, George Michael. Em 1995, o filme que leva seu nome, “Para Wong Foo, obrigado por tudo! Julie Newmar”, com Patrick Swayze, foi sucesso de bilheteria.
Em 2011, Newmar publicou seu livro “The Conscious: Catwoman Explains Life on Earth”. Atualmente, ela escreve contos e artigos para revistas. Apaixonada por jardinagem, seus jardins hospedam eventos de caridade em Los Angeles. Defensora dos direitos LGBT+, em 2013, ela recebeu um prêmio da organização Gay and Lesbian Elder Housing.