Justiça dos EUA nega pedido da Uber para adiar contratação de motoristas

Juiz da Califórnia negou as moções da Uber e do Lyft para adiar a aplicação de uma liminar que ordenava que as empresas reclassificassem seus contratados como empregados
Janela traseira de carro com adesivos de Uber e Lyft.
Images: Mario Tama/Getty Images

Na quinta-feira (13), um juiz da Califórnia negou as moções da Uber e do Lyft para adiar a aplicação de uma liminar anterior que ordenava que as empresas reclassificassem seus contratados como empregados de tempo integral. A decisão entra em vigor no dia 20 de agosto; as empresas solicitaram mais 10 dias para tentar um recurso.

“Estou confiante de que o tribunal de recursos é capaz de agir com muita rapidez no que for necessário. Não estou convencido de que qualquer prorrogação do prazo de 10 dias seja necessária. Ambos os pedidos foram negados”, disse o juiz Ethan Schulman na audiência do Tribunal Superior de San Francisco, de acordo com informações da Vice.

Parece que a birra corporativa do Uber não deu certo. Depois da decisão liminar de segunda-feira (10), o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, ameaçou suspender as operações na Califórnia se for obrigado a dar aos motoristas os direitos exigidos por lei aos trabalhadores, como horas extras e seguro-desemprego.

“Se o tribunal não reconsiderar, então, na Califórnia, é difícil acreditar que seremos capazes de mudar rapidamente nosso modelo para um emprego em tempo integral . Então, acho que a Uber vai fechar por um tempo”, disse Khosrowshahi em uma entrevista na quarta-feira (12) à MSNBC.

E a Uber provavelmente não seria a única: em uma teleconferência no mesmo dia, o presidente do Lyft, John Zimmer, disse que a empresa também suspenderia os serviços na Califórnia se a decisão desta semana não fosse anulada.

As duas empresas de viagens compartilhadas argumentaram várias vezes que uma mudança tão drástica em suas práticas de negócios seria extremamente custosa, mas não é como se eles não tivessem tido tempo para se preparar para a transição. A lei que embasa a decisão liminar de segunda-feira foi aprovada há quase um ano.

A lei AB-5 exige que “empresas de redes de transporte” como Uber e Lyft parem de classificar incorretamente seus trabalhadores como contratados independentes caso eles não tenham autodeterminação suficiente. O texto também obriga que as empresas garantam os mesmos benefícios e proteções que são dadas aos funcionários contratados em tempo integral.

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