Tecnologia

Medo de avião? Número de acidentes fatais cai pela metade em cinco anos

A queda na taxa de mortalidade é uma combinação de fatores, incluindo avanços tecnológicos, treinamento extensivo de pilotos e fiscalização pelos órgãos reguladores
Imagem: Hans Isaccson/Unsplash/Reprodução

A aerofobia afeta quase 7% da população global, ou seja: mais de 500 milhões de pessoas têm medo mórbido de voar de avião pelos acidentes fatais, como o ex-jogador do Arsenal Dennis Bergkamp, cuja aerofobia lhe deu o apelido de “Holandês não-voador”.

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O termo “aerofobia” também é serve para designar pessoas que sentem menos medo – mas sentem – de voar de avião, representando 40% global. Além disso, as mudanças climáticas estão causando mais turbulências em voos, o que pode aumentar o número de pessoas com medo de avião.

No entanto, um estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) revelou que os voos comerciais estão mais seguros. Globalmente, o número de acidentes de avião fatais caiu de pela metade.

Entre 2008 e 2017, a taxa de mortalidade por acidentes de avião era de 1 para cada 7,9 milhões de passageiros. Já entre 2018 e 2022, essa taxa caiu para 1 para cada 13,7 milhões.

Essa redução na taxa de fatalidade fica ainda mais impressionante se voltarmos ao século 20. Entre 1968 e 1977, o número de acidentes fatais era de 1 para cada 350 mil passageiros que viajavam de avião.

O estudo, publicado na última quarta-feira (7) foi conduzido pelo professor de estatísticas e modelos matemáticos do MIT, Arnold Barnett, reconhecido como o principal especialista em segurança de aviação dos EUA.

De acordo com o Barnett, o número de acidentes fatais de avião “continua a cair 7% ao ano”. Com essa tendência, a taxa pode chegar a metade a cada década.

Essa tendência, segundo o professor, é como a “Lei de Moore” na computação – a tese de que engenheiros encontram formas de multiplicar o poder computacional de chips a cada 18 meses.

Similarmente, a aviação comercial se torna duas vezes mais segura a cada década desde o final dos anos 1960.

Tabela apresenta taxa de mortes por acidentes fatais em voo de avião

Imagem: Arnold Barnett/Divulgação

Métodos e dados 

Os pesquisadores utilizaram dados do Banco Mundial, da Associação Internacional de Transporte Aéreo e da Fundação de Segurança de Aviação para avaliar os riscos de acidentes de avião fatais. Eles focaram nas seguintes métricas:

  • O número de mortes pelo número total de passageiros que voaram de avião;
  • Mortes por bilhões de milhas viajadas por passageiros;
  • Acidentes fatais por cada 100 mil horas de voo

No entanto, o estudo se apoiou principalmente na primeira métrica, sendo a mais justificável e compreensível, pois “responde uma simples pergunta: se você entrar em um avião, quais são as chances de ocorrer um acidente fatal?”.

Países com menos acidentes fatais

O número de acidentes fatais caiu pela metade, mas há lugares em que é melhor ter medo de avião. Isso porque o estudo classifica essa tendência de queda separadamente, categorizando países em três grupos distintos com base nos registros de segurança de aviação comercial.

De acordo com o estudo, a queda no número de acidentes fatais é uma combinação de fatores, incluindo avanços tecnológicos, treinamento extensivo de pilotos e fiscalização intensa pelas autoridades. 

Portanto, esses três fatores produzem resultados melhores, ou piores, dependendo dos países. O primeiro grupo de países é composto pelos EUA, Noruega, Montenegro, Suíça, Reino Unido, Austrália, Canadá, China, Israel, Japão, Nova Zelândia e União Europeia.

Esse grupo pode ser considerado o de “primeira prateleira”, sobretudo por representar 79% do tráfego aéreo, mas não quer dizer que seja o mais seguro.

Na verdade, o segundo grupo, que inclui o Brasil, México, Filipinas, Chile, Hong Kong, Índia e outros países em desenvolvimento, apresentou uma taxa de mortalidade menor. Nesse grupo, a taxa de mortalidade foi de 1 por cada 80 milhões de passageiros entre 2018 e 2022.

Além disso, não houve acidentes fatais no segundo grupo durante esse período, enquanto o primeiro grupo apresenta um registro de acidente.

Por outro lado, o terceiro grupo – todos os países que não estão nos dois primeiros grupos –, apresenta uma taxa de fatalidades 36,5 vezes maior que o primeiro grupo.

Portanto, o estudo mostra que ficou mais seguro voar de avião, mas alguns lugares são mais seguros que os outros.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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