Um nível assustador de fibra de vidro foi encontrado em ostras e outros animais marinhos, de acordo com um novo estudo feito por cientistas britânicos.
Pesquisadores da Universidade de Brighton, na Inglaterra, detectaram plástico com reforço de fibra de vidro (PRFV) nos tecidos moles de animais marinhos bivalves coletados em um estaleiro no porto natural de Chichester, no sul do país.
A descoberta marca a primeira vez que partículas de fibra de vidro ou de plástico com reforço de fibra de vidro são encontrados na cadeia alimentar. E isso traz preocupações enormes.
O estudo, publicado nesta quarta-feira (4), na revista acadêmica Journal of Hazardous Materials, revelou que as partículas de fibra de vidro estão contaminando as águas costeiras da Inglaterra.
Acreditava-se que o material, usado na fabricação de embarcações, era inofensivo. No entanto, os cientistas mostraram que as partículas de fibra de vidro está prejudicando a saúde de animais marinhos.
Através da espectroscopia Raman, os cientistas descobriram mais de 13 mil partículas de fibra de vidro nos animais marinhos, 11 mil apenas em ostras.
Fibra de vidro pode ser um risco à saúde humana
De acordo com a co-autora do estudo, Corina Ciocan, as descobertas mostram um “nível perturbador” de contaminação por fibra de vidro na vida marinha.
Os animais bivalves, devido à alimentação estacionária por filtragem, são extremamente suscetíveis a acumular partículas de fibra de vidro, que causam impactos severos na saúde.
A ingestão de fibra de vidro pelos animais marinhos podem interferir nos seus sistemas digestivos, causando stress psicológico e até mesmo a morte, de acordo com os cientistas.
A professora destaca que o estudo é o primeiro da história a documentar uma contaminação tão extensa em populações de bivalves. “É um lembrete claro sobre os perigos ocultos no nosso meio-ambiente”.
Além disso, os cientistas afirmam que a ingestão do material não afeta somente os animais marinhos. “O material pode ter grandes implicações na saúde humana, já que esses animais acabam parando nos nossos pratos”.