NASA envia bactérias rumo ao espaço para ver se conseguem sobreviver em Marte
Descobrir vida em outro planeta apenas para contaminá-lo com os nossos próprios micróbios é um dos piores pesadelos da NASA. Para descobrir se habitantes unicelulares da Terra podem chegar até Marte e sobreviver na superfície do planeta vermelho, a NASA irá avaliar como eles se saem a 36.000 m de altura.
Um balão de hélio carregando um experimento científico muito especial foi lançado rumo ao espaço, saindo do Columbia Scientific Balloon Facility da NASA, no Novo México, EUA. Seus passageiros — uma coleção de bactérias — estão carregados em contêineres que os protegem de elementos durante a ascensão para a estratosfera terrestre.
Assim que o balão chegar à altitude necessária, as câmaras que mantêm as amostras seguras se abrirão, expondo-as por um período pré-determinado de tempo: 6, 12, 18 e 24 horas. Ao final do experimento, o balão explodirá e a carga voltará de paraquedas para a Terra.
A estratosfera terrestre é um ambiente bastante infernal: fica bem abaixo do ponto de congelamento, seco, praticamente vácuo e repleto de radiação ultravioleta – mais ou menos como a superfície de Marte. É difícil imaginar qualquer coisa sobreviver ali, e ainda assim, estudos anteriores mostram que algumas bactérias conseguem viver na estratosfera, depois de terem sido lançadas para o alto por tempestades de areia ou furações.
Ainda mais impressionante é um recente estudo da Estação Espacial Internacional, que mostra que bactérias dormentes, esporos de fungos e até sementes de plantas podem sobreviver presos ao lado externo de uma nave espacial — se eles foram protegidos da intensa radiação ultravioleta.
Dada a tenacidade da vida, a possiblidade de contaminar um ambiente alienígena merece ser estudada e entendida. Além de Marte, existe a recém anunciada missão Europa da NASA, e ainda depois, há a possibilidade de enviarmos uma sonda à lua de gelo de Saturno, Enceladus. Ambas as missões, se e quando elas acontecerem, estarão caçando por vida extraterrestre. Seria uma pena confundir um passageiro clandestino por uma das maiores descobertas cientificas do mundo. [NASA]
Imagens por NASA