OMS emite alerta global para variante mais perigosa da varíola dos macacos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma alerta sobre o risco do aumento de casos de uma perigosa variante da varíola dos macacos.
“É extremamente necessário conter o surto recente da varíola dos macacos na África”, disse a chefe global de combate à varíola da OMS, Rosamund Lewis, na terça-feira (25).
O surto foi causado pela variante 1b, uma mutação da variante 1 da varíola dos macacos, que apareceu setembro do ano passado na cidade de Kamituga, na província de Kivu do Sul, no leste da República Democrática do Congo.
Nas semanas recentes, a variante se espalhou para outras cidades da província e pode chegar a países vizinhos em breve.
Desde dezembro de 2022, o Congo RDC declarou emergência nacional pelo surto de varíola dos macacos, com mais de 14 mil e 654 mortes em um ano. Apenas neste ano, houve 8 mil casos de contágio pela da varíola dos macacos, com 384 pessoas morrendo.
Em setembro de 2023, um surto em Kivu do Sul, gerado pela transmissão sexual, deu origem a nova variante 1b da varíola dos macacos, cuja mutação, de acordo com a OMS, ocorreu pela circulação entre humanos.
A OMS identificou a variante do vírus em fevereiro, afirmando que o seu comportamento difere extremamente das variantes 1 e 2. A variante 1b não depende apenas do contato sexual para se espalhar, contatos não sexuais, como o toque, transmitem o vírus.
Nova variante é mais letal
A OMS confirmou que, entre 1º de janeiro e 2 junho, houve mais de 700 casos da nova variante da varíola dos macacos. 426 testes em laboratórios confirmaram 373 casos (88% de positividade), incluindo sete mortes (1,8% de taxa de letalidade entre os casos confirmados).
Contudo, durante o alerta desta semana, médicos informaram que a taxa de letalidade da nova variante da varíola dos macacos é maior. 5% em adultos e 10% em crianças.
Segundo especialistas, o contágio da cepa 1b ocorreu nas escolas, locais de trabalho e em contatos familiares.
De acordo com os pesquisadores da organização Global Health, a nova variante da varíola dos macacos está se espalhando rapidamente e pode se tornar um risco global. Aliás, já há a confirmação de casos em cidades na fronteira do Congo com a Ruanda, Uganda e Burundi.
O coordenador de pesquisa do departamento de saúde de Kivu do Sul, Leandre Murhula Masirika, afirmou registrar 20 casos de contágio semanalmente.
A vacina é o tratamento para combater a varíola dos macacos. No entanto, o tratamento não é usado no Congo porque o governo do país não aceitou doações, segundo as fabricantes de vacina.