Quem é Karoline Menezes, paraibana que tocou com Beyoncé e Billie Eilish no Oscar
Teve brasileiro testemunhado ao vivo o tapa que Will Smith deu em Chris Rock no Oscar 2022. Isso porque, a violinista paraibana Karoline Menezes representou o Brasil na cerimônia, que aconteceu no domingo, dia 27 de Março, onde ela tocou com Beyoncé e Billie Eilish.
Karoline integrou a orquestra que acompanhou as cantoras nas performance de “Be Alive”, de Beyoncé, música trilha do filme “King Richard: criando campeãs”, pela qual concorria ao Oscar de Melhor Canção, e também à apresentação de “No time to die” de “007- Sem tempo para morrer”, de Billie Eilish e Finneas O’Connell, vencedores na categoria.
A apresentação com Billie Eilish foi ao vivo, no palco da premiação que aconteceu no Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA). Já a de Beyoncé, foi gravada uma semana antes do evento, em uma quadra de tênis para fazer referência ao filme “King Richard: criando campeãs”.
No Instagram, Karoline agradeceu a oportunidade de tocar com Beyoncé no Oscar: “Foi uma honra absoluta fazer parte desse naipe de cordas. Que trabalho incrível. E parabéns para todos os meus amigos músicos presentes nesse vídeo”, escreveu. Confira a publicação:
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Essa foi a quarta passagem da musicista em apresentações do Oscar. Em 2015, a violinista tocou com a banda de The Weekend, na faixa “Earned It”, trilha sonora do filme “50 Tons de Cinza”.
Em 2020, subiu no palco do prêmio para tocar na música “Love Yorself”, com o rapper Eminem. A música faz parte da trilha sonora de “8 Mile – Rua das ilusões”. Em 2021, acompanhou a cantora Celeste, com “Hear My Voice”, música do filme “Os 7 de Chicago”.
Além disso, Karoline já trabalhou com nomes como Adele, Elton John, Snoop Dogg, Queen Latifah, Mary J. Blige e Andrea Bocelli. E não para por aí, porque essa paraibana é mil e uma utilidades! Além de marcar presença no palco com artistas e bandas, a violinista faz gravações para trilhas sonoras de filmes e seriados e é professora de música na El Camino College e Youth Orchestra of Los Angeles.
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Natural da Paraíba, hoje com 33 anos, Karol começou a se dedicar à música aos 9 anos de idade. Versátil, iniciou os estudos no violino em uma escola de música pública de seu estado natal, mas hoje também domina a viola, instrumento que tocou ao acompanhar Beyoncé.
Em entrevista à TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo em João Pessoa, capital da Paraíba, Karoline relata que se sente honrada e grata em representar o Brasil, especialmente o Nordeste: “É uma honra muito grande, acho que a gente como brasileiro, principalmente no Nordeste, a gente nunca pensa em chegar em certos lugares, né, então, eu sou muito grata”, explicou.
Apesar da grandiosidade que foi tocar na cerimônia do Oscar com Beyoncé e Billie Eilish, Karoline Menezes revelou que ainda tem várias metas na música, especialmente continuar gravando trilhas sonoras para filmes.
“Tenho muitas metas ainda, e o que eu amo fazer é gravar para filmes, para trilhas sonoras, então daqui para frente tem um caminho muito grande de aprendizado, primeiramente, e continuar me esforçando cada dia mais para poder ver essas portas se abrirem”, completou.
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Trajetória de Karoline Menezes
Nascida em João Pessoa, capital da Paraíba, Karoline mora atualmente em Los Angeles, nos Estados Unidos. Antes de chegar em Hollywood, a artista começou a estudar na Escola Estadual de Música Anthenor Navarro. No Brasil, tocou na Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, na orquestra Camerata Parahyba e também na Camerata Brasílica.
Karoline já fez apresentações com grandes músicos nordestinos como Chico César, Dominguinhos e Sivuca. E com a Camerata Brasílica, foi para o Festival de Música de Santa Catarina, também conhecido como Femusc e lá, em 2009, ganhou uma bolsa de estudos para realizar um bacharelado em música na Azusa Pacific University, que fica em Azusa, na Califórnia.
Com a oportunidade, se formou em música e performance e passou a trilhar sua carreira internacional. Atualmente morando em Los Angeles (EUA), Karoline trabalha somente com música, acumulando no currículo um bacharelado, um mestrado e um pós-mestrado na área.
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Porém, nem tudo são flores. Brasileira, imigrante e latina, não teve um começo fácil no novo país. Precisou enfrentar preconceitos com sua nacionalidade e falta de conhecimento do norte-americano sobre os talentos brasileiros.
“Claro que quando cheguei enfrentei dificuldades. Uma nação diferente. Outros costumes. Tive um caminho muito árduo. Cheguei a ouvir muitas coisas. As pessoas não acreditam que os brasileiros fazem música desse gênero. ‘Não sabia que no Brasil tem música clássica’, me disseram certa vez. ‘Como você chegou aqui?’, questionaram em outra ocasião”, contou Karoline ao Uol.
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Porém, no começo o inglês já lhe fez cometer um engano, justamente antes de começar a ensaiar para sua primeira apresentação no Oscar, em 2016. Acompanhada de outros artistas, ela ainda não sabia quem seria o responsável por aquela apresentação, até conversar com os colegas.
“Eles me disseram que iríamos tocar para o The Weeknd. Só que eu não entendi, porque não conhecia muito do trabalho dele ainda. E aí eu respondi, na hora: “Eu sei que vamos tocar no fim de semana (em inglês, ‘the weekend’ significa ‘fim de semana’), porque o Oscar é no domingo”. E aí eles meio que olharam assim e disseram: “Não, nós vamos tocar para o The Weeknd”, e aí eu entendi que estavam falando do cantor. Essas coisas acontecem”, disse ela à BBC Brasil.
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Morando nos Estados Unidos há 13 anos, com muita correria, a carreira de Karoline alavancou muito, o que fez se apresentar com tais artistas. “Ao longo desses anos, meu network cresceu muito. Minha vida profissional é bem puxada. Dou aula de música, toco, faço gravação, faço gravação para filmes etc. Ao me mudar para Los Angeles, onde resido, meu trabalho se estendeu a indústrias mais amplas, como gravação para TV e cinema e entretenimento ao vivo”, explicou.
“Acho que ela é a pessoa que eu gostaria de tocar hoje. Já consegui me apresentar com alguns dos que sonhava quando mais nova, então acabo lembrando daqueles que faleceram antes que eu tivesse a oportunidade. A Lauryn Hill é um nome que me empolga hoje em dia e espero conseguir”, finaliza.