Rihanna, metaverso e independência transformam Barbados no país do momento
Quase 400 anos depois que o primeiro navio inglês chegou às suas costas douradas, a ex-colônia britânica de Barbados, se tornou oficialmente uma república na noite da segunda-feira (29), em uma cerimônia onde a rainha Elizabeth II deixou de ser a chefe de Estado da ilha no Caribe.
Independente do Reino Unido desde 1966, Barbados celebrou sua transição da monarquia para o governo republicano após quase quatro séculos de sujeição à monarquia britânica.
Praias e Rihanna
A ilha conhecida por suas praias paradisíacas, e também por ser o berço da superestrela global Rihanna, — que, inclusive foi declarada uma heroína nacional de Barbados durante a cerimônia de transição para república, terá como chefe de Estado outra mulher, Sandra Mason, até agora governadora-geral do país, após sua eleição em 21 de outubro.
“Tendo uma noção clara de quem somos e do que somos capazes de alcançar, no ano de 2021, viramos agora a proa do nosso navio em direção à nova república. Fazemos isso para que possamos aproveitar completamente a nossa soberania”, disse Mason em seu primeiro discurso como presidente.
Embaixada do Metaverso
Na esteira dessa mudança tão importante para a ilha, nesse mês de novembro outro evento também trouxe outra grande novidade para o país caribenho. Barbados deu início aos preparativos para tornar-se a primeira nação soberana a ter uma embaixada digital no Metaverso. A instituição diplomática deverá começar a funcionar já no início de 2022.
Mas o que o Metaverso e o atual acontecimento tem a ver um com o outro?
Simplificando, quando um país instala uma embaixada no exterior ele está automaticamente reconhecendo a soberania da nação onde está localizada. Apesar de teoricamente funcionar assim, não é esse o caso de Barbados.
O Metaverso não será apenas um grande passo no quesito tecnologia para o futuro da ilha, ele, na verdade, será um espaço para o governo barbadense desenvolver suas relações diplomáticas, principalmente agora que ele terá total poder sobre o país.
“É uma ferramenta que permitirá estabelecer novos aliados, desenvolver relações com outros países e oferecer serviços em todo o mundo”, afirmou o embaixador do país caribenho nos Emirados Árabes Unidos, Grabriel Abed, em entrevista.
Ainda na esteira da diplomacia virtual, outro argumento para usar o Metaverso é que pode trazer benefícios ao meio ambiente, já que o país poderá ampliar suas relações diplomáticas sem necessitar se deslocar de avião, evitando a queima de combustíveis fósseis.
Apesar de parecer algo novo, não é! O país da América Central não é o primeiro a realizar diplomacia em espaços virtuais. Em 2007 as Maldivas estrearam um perfil diplomático no Second Life, ambiente em que é possível simular interações e vida social totalmente online.
Outros países como Colômbia, Sérvia, Estônia, Filipinas, Albânia, Malta, Macedônia do Norte e Israel também apostaram na diplomacia virtual.