Fumar maconha usando vaporizador eletrônico é mais prejudicial que nicotina e cigarro comum
Em 2019, acompanhamos uma série de notícias preocupantes sobre jovens que estavam sendo hospitalizados devido a complicações relacionadas ao uso de vaporizadores eletrônicos (ou “vape”), sendo que alguns casos resultaram até mesmo em morte. Diversos estudos tentaram entender a verdadeira causa por trás desses incidentes, com muitos deles apontando para substâncias contendo THC, o psicoativo presente na planta da maconha.
Os casos de hospitalização que ocorreram principalmente nos Estados Unidos também reacenderam o debate sobre o que seria menos pior, cigarros convencionais, eletrônicos (conhecidos como “e-cigarettes”) ou vaporizadores, além da velha discussão sobre nicotina versus maconha.
O que uma pesquisa recente da Universidade de Michigan, nos EUA, descobriu é que fumar maconha por meio de vaporizadores é o mais prejudicial de todos. Carol Boyd, autora principal do estudo, disse em um comunicado da universidade que os dados mostram como a suposição comum de que a nicotina é a que mais causa estragos no sistema respiratório está errada.
Ela ressalta, no entanto, que todos os produtos, seja o cigarro comum ou os eletrônicos, danificam os pulmões.
O estudo foi feito com adolescentes entre 12 e 17 anos dos Estados Unidos que atualmente utilizam cigarros, e-cigarettes ou cannabis e que já fumaram maconha por meio de vaporizadores em algum momento na vida. Os resultados mostraram que estes últimos tinham quase o dobro de chances de relatar problemas de respiração em relação aos outros. O uso atual de cigarros, e-cigarettes e cannabis foi associado a alguns sintomas respiratórios, como tosse seca, mas nada comparado ao uso de vaporizadores.
No geral, os sintomas relatados foram: dificuldade de respirar; sono perturbado ou fala limitada devido à respiração ofegante; som de chiado ao respirar durante ou após exercícios físicos; e tosse seca à noite não associada a doença ou infecção torácica.
Uma das limitações do estudo foi que os pesquisadores não analisaram o uso combinado de vaporizadores de maconha e de cigarros comuns ou e-cigarettes. Eles afirmam que estudos futuros devem avaliar se essa combinação pode ser responsável pelos problemas respiratórios identificados.