Mais uma possível variante do coronavírus é identificada no Brasil, dessa vez em MG

A cepa, que pode ser batizada de P.4, foi identificada em dois genomas entre os 85 analisados pelos cientistas.
Estrutura do novo coronavírus COVID-19
Crédito: CDC

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram uma possível variante do coronavírus em Belo Horizonte que apresenta 18 mutações novas. A cepa, que pode ser batizada de P.4, foi identificada em dois genomas entre os 85 analisados pelos cientistas. Acredita-se que ela já esteja circulando em outras cidades de Minas Gerais, já que não há evidências de qualquer ligação entre as duas amostras, que são de pessoas sem parentesco e que não moram próximas.

Na quarta-feira (6), o estado registrou um recorde de 508 mortes por Covid-19 em 24 horas, sendo que o número de casos graves disparou na região nas últimas semanas. A análise das 85 amostras revelou que as variantes do vírus estão se tornando mais expressivas na região: foram identificadas as linhagens P.1 (30 amostras; 35,29%), P.2 (41 amostras; 48,23%), B.1.1.28 (8 amostras; 9,41%), B.1.1.7 (3 amostras; 3,53%), B.1.1.143 (1 amostra; 1,17%), B.1.235 (1 amostra; 1.17%) e B.1.1.94 (1 amostra; 1.17%).

Os pesquisadores ainda investigam se a cepa recém-descoberta está associada a um risco maior de agravamento da doença e se ela seria mais transmissível. Ao G1, o virologista da UFMG Renato Santana disse que a nova cepa possui mutações que já haviam sido identificadas nas variantes P.1 (descoberta em Manaus), P.2 (no Rio de Janeiro), B.1.1.7 (no Reino Unido) e B.1.1.351 (na África do Sul).

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, além de contar com a colaboração do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da prefeitura de Belo Horizonte.

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A comunidade científica já vem alertando há algum tempo que o avanço descontrolado da pandemia abre caminho para o surgimento de novas variantes que podem, em algum momento no futuro, tornar as vacinas atuais ineficazes.

[O Globo, G1]

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