Irlanda vai investigar o vazamento de dados de 533 milhões de usuários do Facebook
No início de abril, mais de 533 milhões de usuários de 106 países tiveram seus dados privados do Facebook vazados na internet, incluindo números de telefones e localizações. A rede social disse que as informações eram “notícia velha”, de 2019. Mas é claro que, mesmo sabendo de tudo, eles não falaram para ninguém.
Agora, a Comissão de Proteção de Dados (DPC, na sigla em inglês) da Irlanda (onde a empresa tem sede jurídica), resolveu investigar mais a fundo esta situação, especialmente pelo grande volume de informações que estão espalhadas pela internet e pela possível violação ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês).
No comunicado divulgado nesta quarta-feira (14), eles afirmam que um inquérito foi aberto de acordo com a seção 110 da Lei de Proteção de Dados 2018.
“Por conseguinte, a Comissão considera adequado determinar se o Facebook cumpriu as suas obrigações, como controlador de dados, no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais dos seus utilizadores através das funcionalidades Facebook Search, Facebook Messenger Contact Importer e Instagram Contact Importer do seu serviço, ou se alguma disposição do GDPR e/ou da Lei de Proteção de Dados 2018 foi, e/ou está sendo, infringida pelo Facebook a este respeito”.
Em resposta ao caso, o Facebook divulgou uma nota dizendo que está “cooperando totalmente com o DPC em sua consulta, que se refere a recursos que tornam mais fácil para as pessoas encontrarem e se conectarem com amigos em nossos serviços. Esses recursos são comuns a muitos aplicativos e estamos ansiosos para explicá-los, além das proteções que implementamos”.
O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, tuitou que já conversou com Helen Dixon, comissária de proteção de dados do governo da Irlanda sobre o vazamento.
Today I spoke with Helen Dixon @DPCIreland about the #FacebookLeak. The Commission continues to follow this case closely and is committed to supporting national authorities. We also call on @Facebook to cooperate actively and swiftly to shed light on the identified issues.
— Didier Reynders (@dreynders) April 12, 2021
Uma porta-voz do comissário, que confirmou o encontro, relatou que agora “cabe à autoridade irlandesa de proteção de dados avaliar este caso. A Comissão permanece disponível se for necessário o apoio. A situação também terá de ser analisada mais profundamente no futuro. As lições devem ser aprendidas ”.
Em sua própria declaração sobre a violação publicada na última terça-feira (6) , a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda afirmou recentemente que o Facebook respondeu aos seus pedidos de esclarecimento informando que os conjuntos de dados pareciam ter sido eliminados entre junho de 2017 e abril de 2018 – apenas um mês antes de a GDPR entrar em vigor.