Resquícios de comida encontrados por arqueólogos mostram que, há pouco mais de 1,5 mil anos, o Coliseu oferecia petiscos ao público durante os torneios de gladiadores. Entre os lanchinhos estavam azeitonas, nozes e frutas.
A conclusão veio depois de uma escavação nas redes de esgoto do sítio arqueológico que foi, um dia, a principal arena do Império Romano.
Em alguns canos, que permaneceram fechados ao longo dos últimos séculos, há vestígios das refeições que sobraram dos espetáculos, provavelmente consumidas em bancas durante os shows.
A pesquisa mostrou que trata-se de carne cozida, pizzas, legumes e frutas, como figos, uvas, cerejas e amoras.
Para encontrar os restos de comida, arquitetos e arqueólogos usaram robôs e navegaram no complexo sistema de drenagem da arena. O estudo começou em janeiro de 2021 e envolveu a limpeza de quase 70 metros da rede de esgoto que existe embaixo do Coliseu.
Além dos vestígios alimentares, os pesquisadores também encontraram ossos de ursos e grandes felinos – provavelmente usados nos espetáculos de caça na arena.
Os animais provavelmente teriam sido forçados a lutar entre si e com os gladiadores como forma de entretenimento ao público. Também havia ossos de animais menores, como cachorros.
“Relíquias como estas são uma ideia da experiência e dos hábitos de quem aqui vinha nos longos dias dedicados aos espetáculos”, disse Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, à BBC.
A escavação ainda encontrou 50 moedas de bronze do final do período romano, por volta de 250 a 450 d.C. Também havia uma moeda comemorativa de prata, provavelmente de 170 d.C., que celebrava os 10 anos do governo do imperador Marco Aurélio.
O Coliseu deixou de funcionar por volta de 523 d.C. Antes, o espaço reuniu milhares de espectadores em lutas de gladiadores e outros espetáculos públicos.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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