Venda de smartphones importados cresce no Brasil e atinge 1,2 mi de unidades em trimestre

O brasileiro está interessado nos smartphones importados. Dados da IDC mostram que no 3º tri de 2019 foram vendidos mais de um milhão de celulares do tipo.
Smartphone Xiaomi Mi 9
Xiaomi Mi 9. Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

Os consumidores brasileiros estão de olho nos smartphones importados, principalmente aqueles de marcas chinesas que custam bem menos do que os modelos vendidos no mercado nacional. Prova disso são os números do estudo da IDC Brasil que monitora as vendas no País.

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O IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3 2019 mostra os números do terceiro trimestre de 2019 — o quarto trimestre ainda não tem dados consolidados, apesar de já termos começado 2020. O estudo aponta que os modelos importados tiveram crescimento de 537,3% em relação ao mesmo período de 2018, vendendo 1.282.173 unidades.

A IDC chama esse segmento que “mercado cinza”, já que a importação de smartphones não homologados pela Anatel não é totalmente regularizada e muita gente não paga os impostos à Receita Federal. A ausência de assistência técnica e garantia não parece ser problema para o consumidor brasileiro, que ficou interessado nos produtos principalmente com a chegada de marcas chinesas no mercado, como Xiaomi e Huawei — embora vendam alguns de seus aparelhos no Brasil oficialmente, muita gente começou a procurar outros modelos via importação.

Mercado de smartphones encolheu

O relatório da IDC Brasil aponta ainda que o terceiro trimestre de 2019 foi ruim para as fabricantes de smartphones. Nos meses de julho, agosto e setembro as vendas registraram queda de 1%. No período, foram vendidas 11,3 milhões unidades. Do total, 10,5 milhões foram smartphones (queda de 3,3%) e 865 mil foram feature phones (alta de 40,3%) — este último impulsionado principalmente pelo KaiOS, que oferece WhatsApp em celulares básicos. Os números do mercado cinza não entram na conta.

De acordo com o comunicado da IDC, “o principal motivo para a queda do setor no período foi a retração do consumo no País por conta do cenário macroeconômico desfavorável.”

A desaceleração do mercado fez com que as varejistas diminuíssem o preço dos smartphones. O ticket médio abaixou 5,7% em relação ao terceiro trimestre de 2018, custando em média R$ 1.165, e os feature phones tiveram queda de 21,9%, custando R$ 113.

Com as promoções, smartphones chamados “intermediários premium” venderam mais, já que estavam custando o preço de “intermediário de entrada” — de R$ 700 a R$ 1099 –, que tiveram aumento de 88% nas vendas.

A receita do mercado de smartphones no terceiro trimestre de 2019, diminuiu 9% na comparação com o mesmo período de 2018. O faturamento do setor no período foi de R$ 12,3 bilhões. Os feature phones, com faturamento de R$ 97,7 mil, apresentaram alta de 9,6%.

Atualização 15 de janeiro de 2020 às 15h50: Uma versão anterior desse texto dizia que a importação de produtos não-homologados pela Anatel é ilegal. A informação é imprecisa: caso o aparelho tenha sido homologado pelos pares da Anatel em outros países, não há problemas. É preciso, no entanto, sempre pagar os impostos de importação à Receita Federal. Caso o produto não tenha homologação de agências de telecomunicação, é preciso pagar uma taxa.

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