Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, fecha as portas após falha em foguete
A Virgin Orbit anunciou nesta sexta-feira (31) que encerrará as operações em um “futuro próximo”. Subsidiária de lançamento de satélites do Virgin Group, do bilionário Richard Branson, a companhia também disse que vai demitir 85% da força de trabalho.
O anúncio vem na esteira da falha na primeira missão espacial do Reino Unido, depois de um problema em um filtro de combustível desalojado no foguete, em janeiro.
“Infelizmente não conseguimos garantir o financiamento para fornecer um caminho claro para a empresa”, disse o CEO Dan Hart, em áudio obtido pela CNBC. “Não temos escolha a não ser implementar mudanças imediatas, dramáticas e extremamente dolorosas”.
Um registro regulatório da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA aponta que a Virgin Orbit vai demitir 675 funcionários e encerrar as operações até 3 de abril. Restarão apenas 100 trabalhadores para concluir as últimas funções em andamento da empresa.
A companhia deve pagar cerca de US$ 15 milhões em indenizações e outros custos relacionados ao fim do negócio. Pelo menos US$ 10,9 milhões virão de um caixa da Virgin Investments, outra empresa de Branson.
A Virgin Orbit estava parada desde 15 de março, quando recorreu a investidores do mercado na busca por recursos adicionais. Em novembro, o empreendimento anunciou uma perda operacional de US$ 50,5 milhões e Branson injetou US$ 60 milhões para manter o negócio funcionando.
O bilionário é o maior acionista da companhia, com 75% de participação, enquanto o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos detém 18%.
R.I.P. Virgin Orbit
Branson criou a Virgin Orbit a partir de um desmembramento da empresa de turismo espacial Virgin Galactic em 2017. O objetivo era fornecer uma opção mais acessível nos lançamentos de pequenos satélites em órbita, uma contraproposta a seus concorrentes, como SpaceX e BlueOrigin, que enviam satélites pesados.
Um exemplo de satélite lançado ao espaço pela Virgin Orbit é o LauncherOne. A espaçonave subiu quase 10,7 km acima da superfície terrestre com ajuda de um Boeing 747 que ganhou o apelido de Cosmic Girl. Ao todo foram seis missões desde 2020, sendo quatro bem-sucedidas.
Nos últimos anos, a companhia perdeu uma média de US$ 50 milhões de caixa por trimestre. O objetivo era alcançar US$ 331 milhões com receitas de lançamentos em 2023, bem acima da projeção de US$ 130 milhões estimada pelo mercado para a empresa.
Segundo a imprensa norte-americana, os números não agradaram Branson, que optou por parar de financiar a companhia e mudar a estratégia para salvar o valor que resta.