Vírus “zumbi” revivido após 50 mil anos ainda é infeccioso
O permafrost nada mais é do que uma camada de solo congelada que, em teoria, não deveria derreter. Contudo, as mudanças climáticas estão interferindo nesse cenário, fazendo o gelo virar água e, consequentemente, revelando fósseis do passado.
O derretimento do permafrost não mostra apenas mamutes lanosos e cavalos. Vírus, bactérias e outros microrganismos também podem dar as caras com o avanço do aquecimento global, o que pode colocar humanos e animais em risco.
Um time formado por pesquisadores europeus recuperou cepas de vírus congelados em partes do permafrost da Sibéria. Após análises, a equipe percebeu que os organismos ainda podiam infectar amebas unicelulares vivas. O estudo completo foi publicado na revista Viruses.
A cepa mais antiga revelada pelos cientistas datava de 48 mil anos atrás, enquanto as amostras mais recentes tinham cerca de 27 mil anos. A equipe retirou um dos exemplares jovens da carcaça de um mamute lanoso que estava preso no gelo.
Os cientistas ainda não sabem se esses vírus podem infectar humanos ou animais, mas sugerem que as autoridades de saúde devem estar atentas conforme as mudanças climáticas avançam. Isso porque, devido a idade dos agentes infecciosos, há grandes chances dos seres vivos não terem tido contato com eles e, como consequência, não terem imunidade.
Algo do tipo ocorreu em 2016, quando um surto gerado pela infecção bacteriana do antraz atingiu humanos e renas na Sibéria. Segundo cientistas, o degelo do permafrost pode ter liberado o patógeno.