O aguardado evento de serviços da Apple, repleto de celebridades, não decepcionou em dois aspectos específicos: havia mesmo muitas celebridades e foram feitos muitos anúncios. É difícil dizer o que foi mais empolgante.
De certa forma, as celebridades foram complementares. A Apple abriu o evento com atualizações importantes em aplicativos e serviços existentes, começando com um serviço de assinaturas de revistas e jornais chamado Apple News+. Em seguida, a companhia mostrou um novo cartão de crédito, chamado Apple Card. Anunciaram ainda um serviço de jogos chamado Apple Arcade. E, por fim, o novo aplicativo da Apple TV e o serviço Apple TV+, que foi quando as celebridades apareceram.
Foi um evento estranho, até porque foi algo inédito para a empresa – às vezes parecia que estávamos em uma grande cerimônia de premiação. Alguns dos novos serviços da Apple parecem bem legais – fizemos aqui um resumão do que rolou nesta segunda-feira (25):
Apple News+
Tim Cook abriu o evento contando que gosta de ir a uma banca de jornal e olhar para todas as capas das revistas. Em seguida, a companhia anunciou que o Apple News+, um serviço de assinatura que incluirá mais de 300 revistas – incluindo National Geographic, Popular Science, Billboard, The New Yorker, Sports Illustrated, New York Magazine e Variety.
O serviço aparecerá em uma nova aba do aplicativo Apple News. Esse menu parece uma versão redesenhada do Texture, serviço de assinatura de revistas digitais que a Apple comprou no ano passado.
O Apple News+ é bastante simples: por US$ 10 por mês, os assinantes terão acesso a todas essas revistas, bem como a alguns jornais, incluindo o Los Angeles Times e o Wall Street Journal.
Dois grandes jornalões ficaram de fora: New York Times e Washington Post. Aparentemente, a Apple teve um imbróglio com as duas publicações porque queria ficar com metade da receita de assinaturas.
O Apple News+ vai funcionar no iPhone, iPad, bem como no Mac. A Apple também diz que o novo serviço de assinatura não permitirá que os anunciantes rastreiem o que você lê para oferecer anúncios personalizados.
O serviço começou a ser disponibilizado por meio de uma atualização de software e funciona somente nos Estados Unidos – há um período grátis de 30 dias e é possível compartilhar a assinatura com até seis pessoas da família (sem custos adicionais).
A ideia é que em breve a companhia lance um pacote similar no Reino Unido e na Austrália.
Apenas lembrando que o app Apple News não está disponível no Brasil e que ainda não há previsão para estrear por aqui.
Apple Card
Tim Cook disse que o Apple Pay é um grande sucesso. O serviço é tão bem-sucedido que a companhia decidiu expandi-lo e oferecer o seu próprio cartão de crédito (com a ajuda do Goldman Sachs).
Por enquanto, o Apple Card vai existir apenas em formato digital dentro da Apple Wallet e as transações vão rolar pelo Apple Pay.
Um cartão físico feito de titânio estará disponível até setembro. Ele será todo branco com um pequeno logotipo da Apple, mas não terá seu nome estampado, muito menos um número de cartão de crédito – a ideia é garantir a sua privacidade. (Essas informações estarão disponíveis no aplicativo Apple Wallet.)
O Apple Card soa bastante como um cartão de crédito normal. Você recebe algumas recompensas como 3% de cashback (a Apple chama de “Daily Cash”) nas compras feitas em lojas e serviços da Apple, 2% nas compras em demais lojas e 1% nas compras feitas com o cartão físico.
Há ainda algumas ferramentas dentro do aplicativo Wallet que ajudam a acompanhar e categorizar seus gastos. O interessante é que não há nenhuma taxa de anuidade, nem taxa de atraso ou taxa internacional.
A Apple o apresenta afirmando que trata-se de um cartão “sem taxas“. Mas as letras miúdas no site da Apple diz, no entanto, que pagamentos em atraso levarão a um aumento na taxa de juros. Nossos amigos do Lifehacker dizem que é um “cartão de recompensas mediano”, e estamos inclinados a concordar.
O Apple Card estará disponível até o final de setembro. No site da Apple, você pode pedir para ser avisado quando ele estiver disponível – apenas nos Estados Unidos.
Apple Arcade
Março não estaria completo sem outro anúncio de um serviço de videogame. Por isso, a Apple nos deu uma prévia do Apple Arcade. O nome é bem descritivo porque o serviço é basicamente uma seção inteira de jogos desenvolvidos apenas para dispositivos da Apple e disponíveis apenas em dispositivos da Apple.
Para ser mais específico, o Apple Arcade se tornará uma nova seção da App Store. Por uma taxa de assinatura, você terá acesso a mais de 100 títulos exclusivos feitos por alguns dos melhores desenvolvedores. Haverá, por exemplo, um jogo do Sonic e uma nova versão de Frogger.
Outra coisa legal sobre o Apple Arcade é que todos os jogos funcionarão offline, então você pode jogar em um avião ou no metrô. Os jogos também funcionam em diferentes plataformas – você pode começar a jogar em um iPhone e, em seguida, continuar de onde parou em uma Apple TV ou MacBook.
Os jogos do Apple Arcade não terão anúncios e nenhum tipo de transação dentro do app. Ainda não sabemos quanto ele irá custar.
A Apple diz que o serviço estará disponível no último trimestre e chegará ao Brasil. O compartilhamento familiar para até seis pessoas estará incluso no preço.
Apple TV e Apple TV+
Tecnicamente, esses dois itens foram anunciados de formas separadas, mas decidimos juntá-los para tornar as coisas menos confusas.
Primeiro, a Apple atualizou o aplicativo Apple TV que já está em milhões de dispositivos iOS e na set-top-box Apple TV. E a partir de agora, os Macs também terão esse app, bem como uma série de smart TVs de diversas fabricantes, incluindo Samsung e LG, e para set-top-boxes da Roku e da Amazon.
Em seguida, anunciaram o Apple TV+, um serviço novo que será oferecido dentro do app da Apple TV. Foi a estrela do evento e tomou uma hora e meia das apresentações – além de ter envolvido algumas celebridades.
O novo serviço de streaming é mais parecido com a opção da HBO do que, digamos, da Netflix. A programação exclusiva, francamente, soa bem legal.
Há um reboot da série de ficção científica Amazing Stories dirigida por Steven Spielberg; uma comédia sobre um programa matinal de TV estrelado por Reese Witherspoon, Jennifer Aniston e Steve Carrell; um programa sobre imigrantes e filhos de imigrantes produzido por Kumail Nanianji chamado Little America, entre muitos outros. A apresentadora Oprah Winfrey vai fazer alguns documentários, também.
A Apple não deu nenhum detalhe sobre quanto o serviço vai custar. Ele será lançado no último trimestre do ano, inclusive no Brasil, e novos programas serão adicionados a cada mês.
Parece que a companhia colocou muita grana nisso e há uma grande expectativa para ver se os conteúdos nos farão esquecer dos fracassos Carpool Karaoke e Planet of the Apps, dois programas que a Apple já produziu. Sinceramente, não é muito difícil limpar essa barra.