iPhone limita informações de bateria trocada e manda levar aparelho para assistência autorizada

A Apple ativa um “bloqueio de software dormente” que efetivamente pune baterias de terceiros em alguns modelos mais recentes do iPhone, de acordo com uma matéria do iFixit publicada nesta quarta-feira (7). O bloqueio desativa o acesso a dados de saúde da bateria, a menos que a substituição seja feita pela Apple ou um prestador […]
Logo da Apple em fachada de vidro de Apple Store
Foto: Mary Altaffer/AP

A Apple ativa um “bloqueio de software dormente” que efetivamente pune baterias de terceiros em alguns modelos mais recentes do iPhone, de acordo com uma matéria do iFixit publicada nesta quarta-feira (7). O bloqueio desativa o acesso a dados de saúde da bateria, a menos que a substituição seja feita pela Apple ou um prestador de serviços autorizado.

O iFixit diz que isso parece ser um recurso intencional no qual baterias trocadas que não têm um microcontrolador da Texas Instruments com uma chave de autenticação exclusiva da Apple são impedidas de fornecer certos dados de integridade aos usuários. Isso inclui a contagem de ciclos, que indica quanto uma bateria pode ter se degradado, bem como capacidade máxima e capacidade máxima de desempenho.

Em seu lugar, os usuários recebem um indicador de “Serviço”, que sugere de maneira pouco sutil que eles devem levar seu telefone a uma Genius Bar ou a um serviço autorizado da Apple.

Mesmo usar outra bateria da Apple não funciona, de acordo com o iFixit, já que uma bateria substituta aparentemente só pode ser autenticada usando as ferramentas internas da empresa:

Simplificando, a Apple está travando as baterias dos seus iPhones na fábrica. Portanto, sempre que você substituir a bateria, mesmo que esteja usando uma bateria genuína da Apple de outro iPhone, ela ainda fornecerá a mensagem “Serviço”. A única maneira de contornar isso é — adivinha só — pagando à Apple para substituir sua bateria do iPhone por você. Presumivelmente, seu software de diagnóstico secreto pode inverter o bit mágico que reseta esse indicador de “Serviço”. Mas a Apple se recusa a disponibilizar este software para qualquer pessoa, exceto a ela mesma e aos fornecedores de serviços autorizados da Apple.

O iFixit comparou a prática a ter uma luz de “checar o óleo” em um carro que só pode ser desativada em uma concessionária da marca. De acordo com o texto, o bloqueio de software parece ter sido incluído nos modelos iPhone XR, iPhone XS e iPhone XS Max com a última versão do iOS 12 ou do iOS 13 beta.

Como o Apple Insider observou, a Apple parece ter aludido ao bloqueio de software nos documentos de suporte, atualizados pela última vez em março de 2019, que direcionam os usuários para o seu programa oficial de substituição de baterias. A documentação do microcontrolador também detalha sua capacidade de realizar a trava de software em questão.

A iFixit diz que a Apple também parece ter bloqueado a maioria dos aplicativos iOS de acessar estatísticas de saúde da bateria desde o iOS 10, mas o problema pode ser contornado conectando um iPhone a um computador Mac e rodando um aplicativo como o coconutBattery. Também é possível remover o microcontrolador de uma bateria original e soldá-lo a outro, embora isso provavelmente esteja além da capacidade de todos nós, tirando alguns usuários mais comprometidos.

Estranhamente, em março de 2019, matérias indicavam que a Apple estava mudando suas políticas de reparo para permitir que centros de serviço autorizados consertassem iPhones que tinham baterias de terceiros instaladas. Para os proprietários dos modelos em questão, isso deve parecer uma mudança brusca de direção.

Talvez também não seja a melhor jogada em termos de opinião pública, já que outra controvérsia recente da Apple envolvia a limitação de desempenho de iPhones com baterias mais antigas, um episódio ainda bastante vivo na memória de seus clientes.

Há tempos a Apple luta contra legislações que garantem direito ao conserto, que são projetadas para evitar que os fabricantes anulem garantias ou descontinuam o suporte se os consumidores fizerem um reparo. Obviamente há questões financeiras para a empresa recusar vender peças novas ou alertar os clientes para não recorrer a assistências técnicas independentes. Assim, ela pode cobrar taxas que, segundo relatos, são significativamente mais altas.

Em resposta ao crescente movimento pelo direito ao conserto, a Apple insistiu que faz isso para garantir a qualidade dos reparos e por preocupações com segurança (particularmente relevantes em situações como baterias inchadas) e não por dinheiro.

“Queremos garantir que nossos clientes sempre tenham confiança de que seus produtos serão reparados de forma segura e correta, e de maneira a apoiar a reciclagem”, disse um porta-voz da Apple à Axios quando questionado sobre cartas e depoimentos fornecidos por defensores do direito ao conserto em uma audiência no congresso dos EUA. “Estamos continuamente expandindo nossa rede de técnicos certificados e, mais recentemente, anunciamos que qualquer loja da Best Buy nos EUA é agora um provedor de serviços autorizado.”

O Gizmodo entrou em contato com a Apple, e nós atualizaremos esta matéria se eles tiverem alguma coisa a acrescentar.

[iFixit]

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