Vendas de iPhone continuam caindo, e Apple aposta em serviços e acessórios para manter os lucros
Mais um trimestre, mais um relatório financeiro divulgado, mais um capítulo da mudança de perfil de negócios da Apple de hardware para serviços em um mercado de smartphones saturado. A empresa registrou mais uma queda no faturamento de vendas de iPhone e alta no dinheiro vindo da divisão de serviços. No geral, as receitas tiveram uma leve alta, mas os lucros sofreram um belo tombo.
Os números do terceiro trimestre fiscal, entre abril e junho de 2019 (as empresas definem a data de início de seus anos fiscais nos EUA), mostraram uma queda na receita de vendas de iPhone em relação ao mesmo período de 2018: US$ 26 bilhões contra US$ 29,5 bilhões.
As vendas de Mac, iPad, dispositivos vestíveis, para casa e acessórios e serviços, no entanto, tiveram altas. No geral, as receitas subiram em 1% em relação ao ano passado: US$ 53,8 bilhões contra US$ 53,3 bilhões. Como nota o Engadget, é um recorde para este trimestre.
Os lucros, por sua vez, caíram consideravelmente, de US$ 11,5 bilhões para US$ 10 bilhões, um tombo de 13%. Os lucros por ação ficaram em US$ 2,18, e isso excedeu as expectativas dos analistas de Wall Street, que eram bem baixas, como nota um consultor ouvido pelo New York Times. Como resultado, as ações da Apple registaram alta de 4% ontem.
Grande parte desse cenário se deve às dificuldades no mercado de smartphones. Os iPhones estão mais caros e o mercado está bastante saturado. Além disso, as vendas na China, que eram uma fonte de dinheiro para a Apple, caíram consideravelmente — apesar de, como Tim Cook disse, a situação hoje ser melhor do que no começo do ano.
A retomada, porém, passa pelos serviços. Como o Engadget observa, alguns deles podem ser bastante lucrativos, como o Apple News+, que basicamente empacota produtos já existentes, e o Apple Card, cartão de crédito da Apple que pode virar símbolo de status e gerar receitas na casa de US$ 1 bilhão para a empresa. Além do cartão, também devem chegar em breve as assinaturas de games e de streaming de filmes e séries. Os serviços da marca cresceram mais de 12% e já renderam à companhia US$ 11,5 bilhões no trimestre.
Outra boa fonte de dinheiro são os acessórios, produtos vestíveis e aparelhos para casa. Aí, entram o Apple Watch, o alto-falante HomePod e os fones de ouvido AirPods. O setor teve crescimento de 64%, chegando a US$ 5,5 bilhões e trazendo mais dólares até mesmo que as vendas de iPads.
[New York Times, Engadget, Apple]