Ciência

Caso da Quaker relembra que Salmonella não é problema só do ovo, entenda

Bactéria foi responsável por um recall de alimentos nos Estados Unidos; para o Giz Brasil, especialista da rede AmorSaúde indica cuidados
Imagem: Freestocks/ Unsplash/ Reprodução

Em dezembro, a Quaker Oats, marca da fabricante de alimentos PepsiCo, anunciou um recall de produtos que estavam sob suspeita de contaminação por Salmonella. No total, 43 tipos de barras de cereal e granola foram recolhidos para evitar que as populações estadunidense e de Porto Rico se contaminassem. 

Embora os produtos sob suspeita não tenham chegado ao Brasil e, por isso, não ameaçaram a população do país, o quadro evidenciou que a bactéria Salmonella pode atingir diversos alimentos.

Como acontece a contaminação por Salmonella

Em geral, as pessoas acabam associando a contaminação por esse microrganismo apenas ao ovo. Contudo, qualquer alimento que tenha sido exposto à Salmonella durante o processo de produção, armazenamento ou preparação inadequada pode se tornar uma fonte de contaminação.

De acordo com o Responsável Técnico da rede AmorSaúde, Dr. Alexandre Pimenta, “a  transmissão ocorre principalmente por meio da ingestão de alimentos e água contaminados, além do contato com animais infectados”.

Dessa forma, consumir alimentos que não limpamos de maneira adequada ou que ingerimos crus ou mal cozidos pode causar salmonelose. Na indústria, produtos processados também podem acidentalmente se contaminar, embora existam muitos controles de qualidade.

O que a bactéria causa

Geralmente, a Salmonella causa intoxicação alimentar, que se manifesta por meio de sintomas como diarréia, febre e vômitos. Segundo o Ministério da Saúde, em casos mais graves a bactéria pode causar infecções e até mesmo a morte.

“Se você apresentar esses sintomas após consumir alimentos suspeitos, é importante procurar assistência médica, especialmente nos casos em que a pessoa é idosa e tem um sistema imunológico enfraquecido ou está com sinais de desidratação”, indica Pimenta.

De acordo com o profissional, esses grupos têm um risco maior de desenvolver complicações. Por exemplo, a bacteremia — que é a presença da bactéria no sangue –, a meningite e infecção generalizada.

Apenas com acompanhamento profissional é possível traçar o diagnóstico de intoxicação por Salmonella e, assim, iniciar o tratamento. Em casos graves, pode ser necessário uso de antibióticos, embora muitas vezes o organismo seja capaz de eliminar a bactéria em alguns dias.

De qualquer forma, tratar adequadamente a pessoa contaminada é importante não só para a saúde dela, mas também para evitar a propagação da bactéria.

Previna-se

Existem diversas medidas preventivas que são simples e devem fazer parte do cotidiano.

“A higiene pessoal é primordial. Por isso, lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar alimentos, após usar o banheiro, após manusear alimentos crus e após tocar em superfícies potencialmente contaminadas”, ensina Pimenta.

Da mesma forma, a pessoa deve lavar os alimentos antes de consumi-los, especialmente se forem para consumo cru. Para evitar a contaminação cruzada, também é importante separar esses alimentos daqueles que já estão prontos para consumo.

“Alimentos como maionese, molhos à base de ovos, sobremesas que contém ovos crus — como mousse ou tiramisù –, e alimentos que exigem refrigeração, a exemplo de laticínios e carnes, devem ser mantidos em temperaturas adequadas e consumidos antes da data de validade”, indica o profissional.

Por fim, o médico deu outra dica: cozinhar os alimentos adequadamente. “A temperatura para cozer aves e carnes deve atingir no mínimo 74°C. Isso ajudará a matar bactérias, como a Salmonella”. 

No caso dos ovos, é importante evitar o consumo daqueles que estão crus ou apenas parcialmente cozidos. Mas, preparados corretamente, eles não devem ser vistos como vilões – são ricos em proteínas, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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