ChatGPT fica em cima do muro em questões polêmicas; veja o teste do Giz Brasil

Conversar com o ChatGPT pode não ser a tarefa mais emocionante. Apesar do bot ultra responsivo da OpenAI ser uma inegável tecnologia de ponta, ele dá respostas evasivas e foge de polêmicas quando é convidado a opinar sobre qualquer coisa que não seja ele mesmo. 

Em um teste do Giz Brasil, lançamos diversas perguntas “polêmicas” sobre séries, sistemas operacionais e redes sociais para o ChatGPT escolher. Mas ele preferiu não entrar em discussões acaloradas. 

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Quando questionamos, por exemplo, qual sistema é mais eficiente, Android ou iOS, o ChatGPT saiu pela tangente, e disse que não é possível fazer essa afirmação. “A eficiência depende de diversos fatores, incluindo hardware, software, recursos, aplicativos e uso”, afirmou. 

“Ambas as plataformas têm seus próprios pontos fortes e fracos, e o que é mais eficiente para uma pessoa pode não ser o melhor para outra. É importante escolher a plataforma que atenda às suas necessidades e preferências pessoais”.

Tudo bem reconhecer que cada um tem suas forças e fraquezas. O que pega é a opção por ficar no muro todo o tempo. Decidimos insistir e repetimos a pergunta de eficiência sobre o Telegram e WhatsApp. Nenhuma surpresa: “Não existe resposta única, pois isso depende de muitos fatores”, respondeu o bot. 

“Ambos, Telegram e WhatsApp, oferecem recursos de mensagens de texto, chamadas de voz e vídeo, compartilhamento de arquivos e muito mais”, afirmou. Mas, depois, puxou para o lado do Telegram. 

“No entanto, Telegram tem uma série de recursos adicionais, como canais públicos, bots, criptografia de ponta a ponta e capacidade de compartilhar arquivos de até 2 GB”, enviou. 

“No geral, ambos são eficientes, mas a escolha entre Telegram ou WhatsApp depende das preferências pessoais e da finalidade do uso”.

Qual a melhor série? 

Outra tentativa de fazê-lo entrar em polêmicas foi quando tentamos descobrir se o ChatGPT tinha alguma série preferida entre as mais populares, como “Game of Thrones”, “Round 6”, “The Last of Us” e “Stranger Things”. De novo, sem opiniões. 

“Como sou um modelo de linguagem treinado pela OpenAI, não tenho personalidade ou emoções, portanto não posso ter preferências. Mas posso dizer que todas as séries mencionadas são altamente populares e têm suas próprias características únicas que as tornam interessantes e atraentes para muitas pessoas”, terminou. 

Depois, falou um pouco sobre cada uma e deu um puxão de orelha na repórter insistente. “De novo, a escolha de qual série é a melhor depende das preferências pessoais de cada pessoa”, disse. 

Como era de se esperar, o ChatGPT também ficou em cima do muro sobre o uso do VAR nos jogos de futebol. “Em geral, a implementação da tecnologia VAR no futebol é uma questão controversa e o impacto a longo prazo ainda precisa ser avaliado”, escreveu. Não me diga!

Mesmo em uma pergunta filosófica, o robô preferiu não se comprometer. Quando pedimos qual é o sentido da vida humana, ele respondeu que “não há uma resposta única”. “No final, o sentido da vida é uma questão subjetiva e pode ser diferente para cada indivíduo”, afirmou. Ok, já entendemos: não encontraremos opiniões por aqui. 

Conversando com o protótipo 

Apesar de evitar polêmicas, é importante saber que o ChatGPT não é consciente, mas sim uma máquina que reproduz a forma de falar do ser humano. Isso porque o programa produz suas respostas com base na previsão de texto, o que permite “imitar” uma linha de raciocínio inteligível.

Além disso, o sistema é um protótipo que se atualiza e modifica a cada uso. Isso significa que seu algoritmo “aprende” a falar e aproximar sua linguagem da forma humana enquanto você pede a ele receitas de bolo ou que lhe conte piadas (também testamos, e as piadas em português não são nada boas). 

Giz: Conte uma piada

ChatGPT: Claro! Aqui vai uma piada:

Por que o cogumelo foi à escola?

Porque ele queria aprender a se multiplicar!

Giz: Hmmmm.. conte outra

ChatGPT: Tudo bem! Aqui vai mais uma:

Por que o elefante usa botas?

Porque ele não sabe usar sapatos!

Giz: Não gostei

ChatGPT: Desculpe, eu entendo. Aqui vai outra, espero que goste mais dessa:

Por que o escorpião foi à academia?

Porque ele queria melhorar seu bote!

Giz: Isso soa melhor em inglês?

ChatGPT: Sim, aqui vai a mesma piada em inglês:

Why did the scorpion go to the gym?

Because he wanted to improve his sting!

Giz: Faz mais sentido

ChatGPT: Ótimo! Estou contente de que tenha gostado. Se precisar de mais alguma coisa, basta perguntar. Estou aqui para ajudar.

O ChatGPT foi lançado em novembro e logo se tornou um viral na internet. Não por acaso, muitos usuários relataram dificuldades para acessar o sistema. O motivo: a plataforma estava sempre lotada. 

Por isso, a OpenAI já anunciou o ChatGPT Plus, uma assinatura paga que oferece acesso ampliado aos usuários. A versão gratuita continua, mas com restrições. A companhia justifica que os servidores que alimentam o ChatGPT têm um alto custo de manutenção. 

Mas, agora, o fato do ChatGPT estar sempre lotado demonstra a pavimentação para popularizar a IA (inteligência artificial), o que tende a abrir portas no futuro.

“Quanto mais pessoas se aproximam do uso de IA populares, maior a familiaridade com demais ferramentas de usos similares e mais investimentos na área”, disse Stiverson Palma, CEO da consultoria de tecnologia Certsys, ao Giz Brasil.