Ciência

Cientistas brasileiros encontram vírus mais antigos em ossos de Neandertais

Pesquisadores da Unifesp identificaram três vírus antigos, com 50 mil anos, que representam versões anteriores dos microrganismos modernos
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) encontraram os vírus que infectam seres humanos mais antigos já registrados. Os microrganismos estavam nos ossos de Neandertais que viveram há mais de 50 mil anos na caverna de Chagyrskaya, na Sibéria, Rússia.

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Até agora, o vírus mais antigo já encontrado datava de 31 mil anos atrás. Na época, cientistas encontraram ele em dentes de Homo sapiens recuperados do nordeste da Sibéria.

Os resultados da pesquisa foram publicados apenas em preprint, ou seja, ainda não passaram pela revisão de pares — processo em que outros cientistas atestam as descobertas de um estudo. 

Sobre os vírus dos Neandertais

No total, os pesquisadores da Unifesp encontraram sequências genéticas de três vírus:

  • um adenovírus, que causa sintomas de resfriado em humanos modernos;
  • um herpesvírus, que pode causar feridas frias, ou seja, um aglomerado de bolhas;
  • um papilomavírus de transmissão sexual, que pode causar verrugas genitais e câncer.

Para confirmar que esses realmente são vírus antigos e não foram fruto da contaminação das amostras por pessoas que as manusearam recentemente, os cientistas compararam as sequências genéticas dos microrganismos encontrados com vírus modernos.

“Em conjunto, nossos dados indicam que esses vírus podem representar vírus que realmente infectaram os Neandertais“, afirmou Marcelo Brione, um dos autores da pesquisa, ao New Scientist.

Cientistas especulam, inclusive, que esses vírus antigos podem ter um papel importante na extinção dos Neandertais.

Para Briones, é possível sintetizar esses vírus antigos e infectar células humanas modernas com eles – tudo em laboratório, com a segurança necessária. A ideia é poder estudar as características reprodutivas e de geração de doenças quando comparados aos seus equivalentes atuais.

No entanto, especialistas que não estiveram envolvidos no estudo estão céticos sobre essa possibilidade. Especialmente porque não sabem como a relação vírus-hospedeiro pode se dar em um ambiente completamente diferente.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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