Ciência

Cientistas criam IA para detectar doenças cardíacas em cães

IA detecta sopros cardíacos que podem estar associados a doenças em cães a partir de banco de sons
Imagem: Fatty Corgi/Unsplash/Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram um algoritmo de aprendizado de máquina para detectar sopros cardíacos em cães. A nova tecnologia, publicada no Journal of Veterinary Internal Medicine, pode oferecer uma ferramenta de triagem acessível para veterinários.

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A equipe descobriu que um algoritmo projetado para humanos, se adaptado, poderia usar gravações de áudio de estetoscópios digitais para detectar e classificar automaticamente o problema. Na fase de testes, a detecção teve uma precisão de 90%, semelhante à de cardiologistas especialistas.

Os sopros são um dos principais indicadores da doença da válvula mitral, condição cardíaca mais comum em cães adultos. Aproximadamente, um em cada 30 cachorros tem sopro cardíaco, sobretudo os de raças pequenas e os mais velhos. A detecção precoce de condições cardíacas em cães é essencial, pois a medicação pode aumentar suas expectativas de vida.

IA que identifica doença cardíaca em cães

Para desenvolver o algoritmo, os pesquisadores usaram um banco de dados de sons cardíacos de cerca de mil pacientes humanos. A inteligência artificial é capaz de replicar se um sopro cardíaco foi detectado por um cardiologista. Por falta de dados semelhantes em cães, eles adaptaram o algoritmo a fim de que servisse para animais.

Os estudiosos então coletaram dados de quase 800 cães de todas as idades em exames cardíacos de rotina em quatro centros veterinários no Reino Unido. Todos eles receberam um exame físico e um ecocardiograma para classificar sopros cardíacos e identificar doenças cardíacas.

Os sons cardíacos foram registrados usando um estetoscópio eletrônico. Assim, eles ajustaram o algoritmo para detectar e classificar sopros cardíacos com base em áudios e diferenciar sopros associados a doenças leves ou avançadas.

Em mais da metade dos casos, ele concordou com a avaliação do profissional, enquanto em 90% das vezes, variou em apenas um grau. O resultado é promissor, já que é comum haver variação entre as classificações de veterinários.

Diferente do que acontece com humanos, o tratamento para cães não requer cirurgia, e pode ser feito com medicamentos.

“Saber quando medicar é muito importante, para dar aos cães a melhor qualidade de vida possível pelo maior tempo possível”, disse o professor Anurag Agarwal, especialista em acústica e bioengenharia e líder da pesquisa. “Queremos capacitar os veterinários para ajudar a tomar essas decisões.”

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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