Cofundador do Facebook alerta para o poder que a Libra pode oferecer às empresas envolvidas no projeto

O cofundador do Facebook Chris Hughe, que havia defendido que a empresa deveria ser dividida, alerta que a Libra pode conferir excesso de poder às empresas.
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Não faz nem uma semana que o Facebook anunciou a Libra e o projeto da moeda virtual já está levantando uma série de questionamentos e preocupações. A ideia, em si, parece ótima: uma moeda global única que pode ser facilmente transferida, sem a necessidade de uma conta bancária. Agora, as consequências dessa facilidade toda e o que está por trás do projeto são outra história.

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O cofundador do Facebook Chris Hughes, que já havia gerado polêmica ao declarar que achava que a empresa deveria ser dividida, alertou agora que o projeto Libra pode fazer com que as empresas envolvidas adquiram um grande poder sobre os países, segundo o The Guardian.

De acordo com o jornal inglês, Hughes teria dito que caso a Libra seja bem-sucedida, mesmo que modestamente, ela permitirá que as empresas envolvidas no projeto tenham um controle significativo das políticas monetárias dos bancos centrais, acrescentando que “se os reguladores globais não agirem agora, em breve já será tarde demais”.

Cofundador do Facebook Chris HughesCofundador do Facebook Chris Hughes. Crédito: Facebook

De fato, o Banco da Inglaterra já havia demonstrado estar ciente do potencial da nova moeda virtual em interferir em questões (já preocupantes) nos países. De acordo com a Reuters, Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra, afirmou que os grandes bancos centrais e reguladores irão analisar cuidadosamente o projeto do Facebook para garantir que ele não se torne mais uma ferramenta para facilitar a lavagem de dinheiro ou o financiamento do terrorismo.

Em um artigo publicado no Financial Times, o cofundador do Facebook teria ressaltado que o projeto Libra pode ter impactos negativos principalmente em países emergentes. Segundo ele, uma substituição da moeda local pela Libra ameaçaria a capacidade dos governos de administrar suas políticas fiscais. Por esse motivo, ele aconselha que essas economias proíbam temporariamente o uso da moeda virtual até que haja um maior planejamento para evitar problemas.

Se ainda assim você acha que essas preocupações são exageradas, Hughes lembra como o Facebook já teve um impacto negativo em outros aspectos da sociedade. Ele cita a transmissão ao vivo de atos terroristas, práticas de bullying entre adolescentes, e como a plataforma transformou a forma como nos comunicamos e áreas como o jornalismo de forma assustadoramente rápida.

[The Guardian, Reuters]

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