Comer “besteira” está relacionado a transtorno alimentar, diz estudo
As redes sociais estão recheadas de receitas consideradas saudáveis, vídeos de rotina envolvendo a academia e outras publicações que tentam puxar as pessoas para a vida fitness.
Entre os posts, é possível encontrar ainda comparações de alimentos e os valores calóricos de cada um, indicando o que é considerado adequado e o que seria tido como “besteira”.
Durante uma dieta, é comum que em alguns dias as pessoas desviem do objetivo e acabem optando por refeições consideradas calóricas, como chocolate, hambúrguer ou refrigerante. A atitude, apesar de parecer inofensiva, pode estar relacionada com transtorno alimentar e psicopatologias.
A constatação foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores, que publicou seus resultados no Journal of Eating Disorders. Foram utilizados dados do Canadian Study of Adolescent Health Behaviors, que envolveu mais de 2.700 voluntários.
Os participantes deveriam responder um questionário online sobre alimentação. Neles, diziam se haviam saído da dieta e ingerido “besteiras” nos últimos 12 meses e 30 dias. Além disso, classificavam suas preocupações com peso e adicionavam comportamentos compulsivos ou compensatórios, como vômitos e uso de laxantes.
Ao final, a pesquisa relatou que 60,9% dos homens e 53,7% das mulheres fugiram da dieta. Para pessoas trans, o número foi de 52,5%. Entre os participantes, 85% saíram da dieta sem planejar. Outros 66% comeram alimentos extras para controlar o desejo por comida e evitar a compulsão ou complementar atividades de condicionamento físico.
De toda forma, os cientistas relacionaram as “besteiras” ao transtorno alimentar, principalmente em pessoas trans. Por exemplo: a pessoa come uma pizza, sente culpa e vomita ou deixa de comer no outro dia.
Diante desse cenário, a equipe recomenda que sejam feitas mais pesquisas, campanhas de conscientização pública e intervenções clínicas para evitar o comportamento prejudicial.